Resumo

Título do Artigo

IMPACTOS DA CONCENTRAÇÃO ACIONÁRIA E DA COMPOSIÇÃO DO CONSELHO SOBRE AS EXPORTAÇÕES DE EMPRESAS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Exportação
Concentração Acionária
Composição do Conselho de Administração

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Vitor Fonseca Machado Beling Dias
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
2 - Michele Aparecida Cunha
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
3 - Fernanda Maciel Peixoto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FAGEN
4 - DUTERVAL JESUKA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Programa de Pós-Graduação em Administração-PPGA//Faculdade de Gestão e Negócios

Reumo

Os estudos sobre exportação têm se ancorado na perspectiva de produtividade da firma e tem falhado em considerar os mecanismos de governança corporativa. Alguns trabalhos sugerem que os atributos de governança podem atuar como um importante antecedente da estratégia de exportação (Hitt, Hoskisson, Johnson, & Moesel, 1996). Lu et al. (2009) afirmam que a complexidade associada à decisão de exportação aumenta as exigências de processamento de informações para a equipe gestora e eleva a assimetria de informações, o que pode causar conflitos de agência.
Esta investigação buscou responder ao seguinte questionamento: a concentração acionária e a composição do conselho de administração impactam nas exportações de empresas brasileiras? O objetivo desse estudo é investigar se a concentração acionária e a composição do conselho de administração influenciam na exportação de firmas brasileiras, no período de 2010 a 2017.
Um dos estudos seminais sobre exportação e governança é o estudo de Filatotchev et al. (2001). Nele os autores analisam o impacto das estruturas de governança de firmas privatizadas sobre a intensidade das exportações. Eles constataram que a intensidade das exportações das firmas russas é positivamente associada com a presença de um investidor estrangeiro no controle da firma. Outros estudos versam sobre os impactos de mecanismos de governança no desempenho, na propensão e na intensidade da exportação (Buck et al., 2000; Nas & Kalaycioglu, 2016; Nam et al., 2018; Lukason & Vissak, 2020).
Foram adotados dois métodos de regressão: regressão logística (modelo logit) e regressão com variável dependente censurada (modelo tobit). A amostra envolveu empresas cujas informações relacionadas às exportações estavam disponíveis no Formulário de Referência da CVM, bem como informações financeiras disponíveis no Economática. As variáveis dependentes selecionadas foram intensidade de exportação e propensão a exportar. As variáveis explicativas de teste foram: tamanho do conselho de administração, independência do conselho, concentração acionária e concentração acionária ao quadrado.
Como resultados, constatou-se uma relação positiva entre independência do conselho e propensão à exportação, corroborando Majocchi e Strange (2012). Este resultado foi encontrado tanto para a amostra de empresas exportadoras como para a amostra de todas as empresas da B3. Observou-se também uma relação positiva entre tamanho do conselho e exportações e entre desempenho e exportações. Empresas mais maduras e maiores exportam mais. Ademais, comprovou-se que existe uma relação não monotônica entre concentração acionária e exportações, corroborando com Lu et al (2009).
Este estudo sugere que conselhos mais independentes tendem a possuir membros mais qualificados e que serão favoráveis à exportação, o que poderia elevar o desempenho. A pesquisa observou também uma relação de U invertido entre concentração acionária e exportações. Logo, é possível inferir que a concentração acionária é benéfica até certo ponto, mas se tal concentração aumentar muito, podem haver efeitos negativos sobre as exportações, indicando que neste caso, os conflitos Principal versus Principal tendem a se elevar, o que prejudicaria a estratégia de exportação.
Barroso, C., Villegas, M. M., & Pérez‐Calero, L. (2011). Board influence on a firm's internationalization. Corporate Governance: An International Review, 19(4), 351-367. Filatotchev, I., Dyomina, N., Wright, M., & Buck, T. (2001). Effects of post-privatization governance and strategies on export intensity in the former Soviet Union. Journal of International Business Studies, 32(4), 853-871. Lu, J., Xu, B., & Liu, X. (2009). The effects of corporate governance and institutional environments on export behaviour in emerging economies. Management International Review, 49(4), 455-478.