Resumo

Título do Artigo

ESCALA DO FENÔMENO QUEEN BEE: EVIDÊNCIAS PSICOMÉTRICAS NO CONTEXTO BRASILEIRO
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Palavras Chave

Fenômeno Queen Bee
Gênero
Liderança

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - REBECA DA ROCHA GRANGEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Campus Juazeiro - Centro de Ciências Sociais Aplicadas
2 - Alessandro Teixeira Rezende
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - joao pessoa
3 - Manoel Bastos Gomes Neto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI (UFCA) - Campus Juazeiro do Norte
4 - Jailson Santana Carneiro
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO (UFRPE) - Unidade Acadêmica de Serra Talhada

Reumo

Apesar de terem ampliado seu capital humano e social, as mulheres enfrentam o paradoxo de não conseguir ocupar cargos da alta gestão na mesma proporção que os homens o fazem (O’Neil, Hopkins, & Bilimoria, 2008). Existem diversas metáforas ou efeitos que revelam as barreiras enfrentadas por mulheres em organizações masculinas (Smith, Caputi, & Crittenden, 2012), entre elas, o fenômeno Queen Bee é a única que aponta mulheres em cargos de liderança como responsáveis pela construção de desigualdades de gênero no ambiente de trabalho.
Até onde se estenderam as buscas realizadas pelos autores, não há escalas voltadas para a mensuração do fenômeno em estudos brasileiros ou internacionais. No intuito de ratificar essa informação, foram realizadas buscas nas bases de dados Scopus, Web of Science, Index Psi, LILACS, PubMed, Scielo, Spell e Scholar Google, por meio dos descritores: "queen bee phenomenon" e "scale", "gender metaphors" e "scale". Diante dessa lacuna nas pesquisas sobre a temática, o presente artigo tem como objetivo desenvolver e validar uma escala que avalie o fenômeno abelha rainha em contexto nacional.
O fenômeno da abelha rainha é definido por três características (Faniko et al., 2017; Derks et al., 2016; Faniko et al., 2016; Derks, Van Laar, Ellemers, & Raghoe, 2015): i) autodescrição masculina: as mulheres que estão no alto cargo hierárquico se descrevem com traços mais masculinos; ii) distanciamento de outras mulheres: as mulheres Queen Bee se distanciam física e psicologicamente de outras mulheres em posições inferiores; e iii) legitimação da hierarquia de gênero: as mulheres negam a discriminação de gênero, defendem o sistema de méritos e são contra cotas de gêneros.
Participantes: 495 mulheres de 23 estados que trabalhavam em instituições de ensino superior no Brasil, que foram divididas em dois grupos aleatórios. O grupo 1 (n= 248) e o grupo 2 (n= 247). Instrumento: perguntas demográficas (e.g., idade, gênero, escolaridade, estado civil) e a Escala do Fenômeno Queen Bee (EFQB) com seis dimensões mensuradas em outros trabalhos (e.g, autodescrição masculina de Scott & Brown, 2006). Coleta de dados: online, por meio do Survey Monkey. Análise: exploratória e confirmatória, com uso dos softwares SPSS e Amos, respectivamente.
Fatorial exploratória: estrutura formada por seis componentes, com cargas fatoriais que variaram de 0,51 a 0,88. Tal estrutura foi responsável por explicar 60,5% da variância total, com uma consistência interna (Alfa Cronbach) geral de 0,72 e variação entre as dimensões de 0,55 (Autodescrição masculina) a 0,92 (Apoio às cotas de gênero). Fatorial confirmatória: a estrutura foi confirmada no Modelo 2 com ótimos índices de ajustes como seguem: χ2 (236) = 373,64, p < 0,001, χ2 /gl = 1,58, CFI = 0,93, TLI = 0,92, SRMR = 0,06, RMSEA = 0,04 (IC90% = 0,039-0,058).
Alcançou-se o objetivo de elaborar um instrumento para mensurar o fenômeno Queen Bee, reunindo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Limitações: amostra foi selecionada por conveniência, o que impede a generalização dos dados para a população. Sugestões: replicação com a EFQB com outras medidas (e.g., escala de liderança servidora, Pereira & Ferreira, 2019) e analisar a qualidade dos itens via Teoria de Resposta ao Item (TRI), oferecendo informações complementares acerca da dificuldade e discriminação de cada item.
Faniko, K., Ellemers, N., & Derks, B. (2016). Queen Bees and Alpha Males: Are successful women more competitive than successful men?. European Journal of Social Psychology, 46, 903-913. doi: 10.1002/ejsp.2198. Faniko, K., Ellemers, N., Derks, B., & Lorenzi-Cioldi, F. (2017). Quota women are threatening to men: Unveiling the (counter) stereotypization of beneficiaries of affirmative action policies. Swiss Journal of Psychology, 76, 107. doi: 10.1024/1421-0185/a000195 Pasquali, L. (2012). Análise fatorial para pesquisadores. Brasília, DF: LabPam.