Resumo

Os principais estudos discutem as capacidades dinâmicas no âmbito das organizações privadas, a partir dos estudos seminais de Eisenhardt e Martin (2000) e Teece et al. (1997). Entretanto, a relação do tema com organizações públicas ainda tem se mostrado um campo interessante e promissor a se desenvolver, tendo em vista que organizações públicas possuem características peculiares.

A proposta deste estudo é analisar a produção científica nacional e internacional envolvendo conjuntamente as organizações públicas, capacidades dinâmicas e os enfoques de capacidades dinâmicas a partir das proposições de Piening (2013), utilizando-se de um estudo bibliométrico e de uma revisão sistemática, considerando as publicações científicas indexadas à base Web Of Science - WOS, com um recorte longitudinal de 2009 até 2018.

Piening (2013) revisou a crescente literatura sobre capacidades dinâmicas em OPs. A partir daí, realizou uma síntese da base conceitual da abordagem de capacidade dinâmica e as descobertas empíricas em direção a uma compreensão mais integrativa da natureza e do funcionamento das capacidades dinâmicas no contexto específico do setor público. Algumas questões chave são identificadas e demonstram alinhamento com as abordagens envolvendo todos os tipos de organizações, por meio de um modelo analítico.

Destaca-se que Path Dependence e Operational capability building que foram as proposições e enfoques mais abordados, seguidas por Transparency ou degree of publicness e Environmental. O modelo analítico de capacidades dinâmicas em organizações públicas utilizado demonstra como estes enfoques aqui discutidos são complementares, e, portanto, podem ser analisados conjuntamente, o que destaca a ampliação da discussão acerca de Capacidades Dinâmicas em OPs como subproduto do estudo ora realizado.

Foi possível identificar que os estudos envolvendo OPs possuem maior enfoque nos conceitos de dependência de trajetória em capacidades dinâmicas, ainda que não seja discutida de forma isolada. Este resultado mostra que é necessário que as capacidades dinâmicas sejam analisadas em todas as suas vertentes e enfoques para que possamos identificar de forma mais clara as relações entre capacidades dinâmicas e OPs.

EISENHARDT, K. M.; MARTIN, J. A. Dynamic Capabilities: What are they? Strategic Management Journal Strat. Mgmt. J, v. 21, p. 1105-1121, 2000. PIENING, E. P. Dynamic Capabilities in Public Organizations. Public Management Review, v. 15, n. 2, p. 209-245, 2013/02/01 2013. SALGE, T. O. A Behavioral Model of Innovative Search: Evidence from Public Hospital Services. Journal of Public Administration Research and Theory, v. 21, n. 1, p. 181-210, 2010. TEECE, D.; PETERAF, M.; LEIH, S. Dynamic Capabilities and Organizational Agility: Risk, Uncertainty, and Strategy in the Innovation Economy. Cali