Resumo

Desempenho ambiental pode ser definido como a extensão do impacto ambiental das atividades das empresas (Villiers et al., 2011). Disposto que as necessidades da geração atual devem ser atendidas sem comprometer os recursos das gerações futuras, a atividade comercial não deve prejudicar o meio ambiente, sendo o desenvolvimento sustentável de grande importância para as empresas (García Martín & Herrero, 2020).

Considerando as evidências empíricas, o estudo amplia o debate acerca do efeito das variedades do capitalismo no desempenho ambiental, ao examinar a seguinte questão de pesquisa: Em que extensão as variedades do capitalismo influenciam o desempenho ambiental empresarial? Para tanto, o trabalho analisou as variedades do capitalismo de 3852 empresas e 21867 observações anuais no período de 2010 a 2018, foram processadas estimações por meio de um Modelo Linear Hierárquico e como variável dependente utilizou-se a pontuação da empresa em aspectos ambientais.

Empresas adotam estratégias para usarem recursos naturais com mais eficiência, aliviando seu impacto no ambiente natural. concentrando esforços no controle da poluição (Zheng et al., 2020). Neste contexto, melhorar o desempenho ambiental exige que uma empresa descubra meios alternativos de realizar suas atividades, encontrando as melhores opções sustentáveis, sem comprometer o desempenho financeiro (Gölgeci et al., 2019). Ademais, as variedades do capitalismo podem explicar as diferenças e semelhanças institucionais nas economias de diferentes países (Gallego-Álvarez & Pucheta-Martínez, 2020).

A população da pesquisa compreende 3852 empresas não financeiras de 23 países pertencentes a quatro variedades do capitalismo (Economias de Mercado Liberal, Coordenada, Nórdica e Hierárquica) no período de 2010 a 2018. Foram processadas estimações por meio de um Modelo Linear Hierárquico e como variável dependente utilizou-se a pontuação da empresa em aspectos ambientais, como redução do uso de recursos naturais e emissões, além da inovação empresarial e as variáveis independentes foram a presença de empresas em Economias de Mercado Liberal, Coordenada, Nórdica e Hierárquica.

A confirmação das hipóteses 2 e 3 permite afirmar que países localizados em Economias de Mercado Coordenada e Nórdica apresentam um bom diálogo com as suas partes interessadas, tendo um ambiente institucional propício para um maior engajamento em atividades ambientais. A confirmação da hipótese 4, no entanto, corrobora que em países de Economias de Mercado Hierárquicas, as partes interessadas da empresa são fracas, não conseguindo ter um diálogo que a faça se comprometer em atividades ambientais.

No campo teórico, o trabalho agrega a discussão de variedades do capitalismo e desempenho ambiental, indicando existir uma relação positiva e significante entre a presença de empresas em países de Economia de Mercado Coordenada e desempenho ambiental, uma relação positiva e significante entre a presença de empresas em países de Economia de Mercado Nórdica e desempenho ambiental e uma relação negativa e significante entre a presença de empresas em países de Economia de Mercado Hierárquicas e desempenho ambiental.

Gallego-Álvarez, I., & Pucheta-Martínez, M. C. (2020). Environmental strategy in the global banking industry within the varieties of capitalism approach: The moderating role of gender diversity and board members with specific skills. Business Strategy and the Environment, Pucheta‐Martínez, M. C., Gallego‐Álvarez, I., & Bel‐Oms, I. (2020). Varieties of capitalism, corporate governance mechanisms, and stakeholder engagement: An overview of coordinated and liberal market economies. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 27(2), 731–748.