Resumo

O tratamento da questão ambiental nas empresas avança para a pro-atividade, busca de compromisso colaborativo e abordagem estratégica (Gonzáles-Benito e Gonzáles-Benito, 2006; Sarkis, 2001; Barbieri, 2011). Enxerga-se vantagens competitivas praticando estratégias ambientais adequadas (Sarkis, 2001) - correlação positiva entre melhor desempenho ambiental e financeiro das organizações. Por outro lado, quanto à Estratégia Competitiva de uma empresa, seu adequado desdobramento para a Estratégias de Operações é determinante do sucesso competitivo.

A dimensão ambiental deve se constituir em uma nova Prioridade Competitiva das Operações juntamente com as tradicionais de consenso Custo, Entrega, Flexibilidade e Qualidade? Para responder esta questão, uma pesquisa qualitativa foi realizada, através de estudos de caso em empresas industriais líderes de mercado e certificadas ISO-14001: Natura Cosméticos S/A, Tilibra Produtos de Papelaria Ltda., Empresa X e Empresa Y.

A EC traz exigências específicas para as Operações e esta deve ser “especificamente concebida para cumprir a tarefa exigida pelos planos estratégicos” Skinner (1969, p.138, 139). O modelo clássico de “Processo de Planejamento Estratégico de Manufatura” (Horte, Lindberg, Tunalv (1987, p. 1574) traz a EO derivada da Estratégia Competitiva e sendo desdobrada em áreas de decisão estruturais e infra estruturais. A EC contempla as estratégias genéricas de Porter (1991), sofrendo influências do macroambiente, e sendo desdobrada nos objetivos tradicionais. (Custo, Qualidade, Entrega e Flexibilidade).

Tratou-se de uma pesquisa qualitativa teórico-prática, exploratória e explicativa. O método utilizado foi o Estudo de Caso e Indução, aplicados em quatro empresas do setor industrial, líderes em seus mercados e certificadas ISO-14001, sendo três com EC de Diferenciação e uma com EC de Baixo Custo, conforme Porter (1991). Quanto aos instrumentos de coleta de dados, foram utilizadas pesquisa bibliográfica, entrevistas semi-estruturadas com executivos das empresas das áreas ambiental e industrial, observações sistemáticas em visitas nas fábricas das empresas, e consulta documental.

A teoria de Estratégia de Operações (EO) não incorpora o ambiente, mas há avanços significativos no seu tratamento por parte de empresas considerando-o nova prioridade competitiva e fator de diferenciação. Outras empresas tratam o ambiente visando a legislação e qualificar-se junto a clientes/mercados e suas matrizes. Mesmo assim, poderá compor a EO como fator qualificador. O mesmo ocorre para empresas que adotam a EC de Menor Custo (Porter, 1991) pois esse tratamento do ambiente pode reduzir custos.

As demandas ambientais devem estar presentes na Estratégia Competitiva e na Estratégia de Operações das empresas. O ambiente deve ser considerado uma nova Prioridade Competitiva das Operações, associado com a Inovação, e a Gestão Ambiental uma das de suas áreas de decisão.

GONZÁLEZ-BENITO, J.; GONZÁLEZ-BENITO, Ó.. Business Strategy and the Environment Bus. Strat. Env.15,87–102(2006).Online in www.interscience.wiley.com. HORTE, S.A.; LINDBERG, P; TUNALY, C.1989.Manufacturing Strategies in Sweden. Int.Journal of Production Research,25(11):1573-1586. SARKIS, J. Manufacturing's role in corporate environmental sustainability: Concerns for the new millennium. In: International Journal of Operations & Production Management,vol.21,n.5/6,2001,p.666-686. # MCB University Press,0144-3577 SKINNER, W.1969. Manufacturing: missing link in corporate strategy. HBR Boston.47(3)