Resumo

Título do Artigo

A DINÂMICA DO DISCLOSURE AMBIENTAL DE EMPRESAS DE ALTO POTENCIAL POLUIDOR NO BRASIL
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Palavras Chave

Evidenciação ambiental
Teoria Institucional
Relatório da Administração

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Estratégia Corporativa e de Stakeholders

Autores

Nome
1 - Gustavo Carvalho Souza
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II
2 - Crystyane Ferreira Bernardino
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Belo Horizonte- Campus 2
3 - Uajará Pessoa Araújo
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Campus II

Reumo

Diante do sistema político-econômico neoliberal vigente - caracterizado por avanços tecnológicos, ambientes altamente competitivos e volatização do mercado financeiro - a sobrevivência de organizações torna-se cada vez mais dependente da confiança e do bom relacionamento junto aos seus stackholders. Assim, é fundamental que as empresas se adaptem às diversas pressões exercidas por tais atores, bem como apresentem resultados no que tange à transparência de suas ações e compromissos, não só de ordem econômica, mas também social e ambiental, formando pilares para uma gestão sustentável.
Pretende-se com esta pesquisa compreender a dinâmica da evidenciação ambiental de organizações com alto potencial poluidor que buscam legitimidade diante desse contexto de crescentes pressões e demandas por prestação de contas dessa natureza. Para tanto, recorreu-se à análise de conteúdo, à luz da teoria institucional, dos disclosures ambientais presentes nos Relatórios da Administração (RA’s) de nove empresas listadas na B3 e enquadradas como de alto potencial poluidor pela Deliberação Normativa Copam nº 217/2017, publicados em um intervalo mínimo de dez anos.
À luz da teoria institucional, é possível analisar como os isomorfismos de DiMaggio e Powell (1983) conseguem moldar o disclosure ambiental de empresas de alto impacto poluidor no Brasil, que buscam legitimidade diante do atual contexto de crescentes pressões e demandas por boas práticas contemporâneas de gestão ambiental, responsabilidade social e governaça corporativa, que podem ser evidenciadas nos RA’s das organizações, visando satisfazer os interesses heterogêneos de stakeholders, responsáveis pela sobrevivência da organização (Odriozola & Baraibar‐Diez, 2017).
De natureza qualitativa, esta pesquisa adotou um corte longitudinal, lidando com evidências documentais obtidas de Relatórios da Administração. A amostra foi composta por nove empresas brasileiras com papéis na B3, enquadradas como de alto potencial poluidor. A técnica utilizada para a análise dos dados foi a análise de conteúdo. Para o tratamento dos dados, as unidades de codificação foram submetidas ao software MAXQDA 2018. A categorização foi feita relacionando os parágrafos à estrutura conceitual de categorias ambientais elaborada no estudo de Murcia, Rover, Souza & Borba (2008).
Ficou evidente que o disclosure ambiental se mantém em um quadro de estabilidade, muitas vezes com formatação enrijecida, perpetuando a divulgação do que é satisfatório para a organização, interrompido apenas quando algo ameaça sua legitimidade, a exemplo do RA da Vale S.A. do ano de 2015 , visto o rompimento da barragem do Fundão em Mariana, e da recuperação judicial da MMX S.A. No que tange a evidenciação e práticas socioambientais, os RA's tendem a adotar posturas já institucionalizadas e empresas similares buscam formas idênticas de se legitimarem, apoiando em premiações e certificações.
Foi possível constatar que, ao longo da última década, as evidenciações ambientais se moldam às pressões isomórficas para divulgação de dados positivos, como os altos investimentos, premiações e resultados a favor do meio ambiente, refletindo uma imagem corporativa que transparece estar sempre à frente do compliance ambiental, o que às vezes não se traduz na realidade.
Murcia, F. D.-R., Rover, S., Souza, F. C. de, & Borba, J. A. (2008). Aspectos Metodológicos da Pesquisa Acerca da Divulgação de Informações Ambientais: Proposta de uma estrutura para análise do disclosure ambiental das empresas brasileiras. Revista de Gestão Social e Ambiental, 2(2), 88–104. Clarkson, P. M., Fang, X., Li, Y., & Richardson, G. (2013). The relevance of environmental disclosures: Are such disclosures incrementally informative? Journal of Accounting and Public Policy, 32(5), 410–431.