Resumo

Título do Artigo

SUSTENTABILIDADE A PARTIR DA PERSPECTIVA DO REALISMO CRÍTICO: uma meta-síntese
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Palavras Chave

Agência Coletiva;
Desenvolvimento;
Natureza

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Epistemologias e Ontologias em Estudos Organizacionais

Autores

Nome
1 - Lindsay Teixeira Sant'Anna
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia ( DAE)
3 - Valderí de Castro Alcântara
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS (UEMG) - Cláudio
4 - Alyce Cardoso Campos
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - UFLA
5 - Ananda Silveira Bacelar
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - LAVRAS

Reumo

Atualmente, sociedade, empresas e governo são convocados para assumirem suas responsabilidades quanto ao impacto ambiental que geram nos ambientes. Em todo o mundo, emergem novas formas de trabalho, valores e conhecimentos em resposta às mudanças climáticas (ROSENBERG et al., 2016). Há a necessidade de superar lógicas que se apresentaram até aqui: a destruição ecológica com base na natureza como um objeto explorável; pobreza e desigualdade com base na exploração e acumulação de riqueza e as racionalidades sintetizadas pelo pensamento colonial e imperialista (LOTZ-SISITKA, 2016).
Utilizar a abordagem realista neste estudo, além de ser a melhor escolha ontológica para se compreender a realidade mutável, ainda auxilia na exposição da virada realista, que se encontra em evolução e restrita às discussões acadêmicas internacionais. Sendo assim, o objetivo deste estudo é compreender como a questão da sustentabilidade é abordada a partir da perspectiva filosófica e sociológica do realismo crítico.
O realismo crítico se refere à proposição ontológica de que a realidade é independente das ideias e a proposição epistemológica de que essa realidade é, de forma significativa, conhecida por meio da experiência (PROCTOR, 1998). Os realistas buscam identificar as condições estruturais responsáveis por eventos empíricos e se preocupam em travar batalhas teóricas para explicar a situação empírica de interesse. Para tanto, os realistas críticos abordam os fatores sociais, culturais e estruturais que permeiam o nosso conhecimento sobre a realidade (ANASTAS, 2014).
A concepção realista crítica da sustentabilidade, pressupõe o entendimento de um mundo anterior ao homem, capaz de modificar, limitar e transformar as ações humanas, bem como também sofre os efeitos da ação humana. Sendo assim, essa relação exige o rompimento de crenças de que a natureza deve ser explorada, para a compreensão de uma relação de interdependência. Para tanto, cada realidade socioambiental possuidora de estruturas, agentes e dinâmicas próprias exigem novas formas de gestão e pesquisa para o desenvolvimento de movimentos capazes de transformar as realidades insustentáveis.
A concepção realista crítica da sustentabilidade exige a construção de uma agência individual e coletiva reflexivas, capazes de influenciar mudanças sociais em uma concepção de interdependência entre ser humano e natureza, que exige o questionamento de práticas, crenças e valores. O realismo crítico encoraja considerações da natureza falível do conhecimento sobre o desenvolvimento sustentável, mitos do crescimento econômico, modelos culturais, pressionando por contas que vão além das experiências e interpretações humanas para identificar fatores por trás das iniciativas de sustentabilidade.
PROCTOR, J. D. The social construction of nature: relativist accusations, pragmatist and critical realist responses. Annals of the Association of American Geographers, v. 88, n. 3, p. 352-376, 1998. ROSENBERG, E.; RAMSARUP, P.; GUMEDE, S.; LOTZ-SISITKA, H. Building capacity for green, just and sustainable futures – a new knowledge field requiring transformative research methodology. Journal of Education, n. 65, p. 95-122, 2016.