Resumo

Título do Artigo

APRENDER EM TEMPOS DE PANDEMIA: a autorregulação da aprendizagem de mestrandos profissionais em Administração
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Palavras Chave

autorregulação da aprendizagem
mestrados profissionais
Covid-19

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

COVID-19 e os Novos Desafios para a Educação

Autores

Nome
1 - MURILO GABRIEL DA COSTA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Campus I - João Pessoa
2 - ANA CAROLINA KRUTA DE ARAUJO BISPO
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA (UFPB) - Departamento de Administração
3 - Mary Dayane Souza Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD

Reumo

Com o isolamento social motivado pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), estudantes tiveram de adequar seu processo de autorregulação da aprendizagem. Esse processo está relacionado diretamente com as estratégias de gestão de recursos, que podem ser divididas em quatro grupos: (i) gestão de tempo; (ii) gestão do ambiente de estudo; (iii) gestão do esforço; e (iv) gestão do ambiente social (CHEN, 2002), objetivando organizar e controlar recursos para alcançar a efetividade da aprendizagem (PEGALAJAR-PALOMINO, 2016). Nesse contexto, encontram-se os cursos de mestrado profissional (CMP).
Esta pesquisa tem como objetivo geral compreender o processo de autorregulação da aprendizagem de estudantes de cursos de mestrado profissional na área de Administração em tempos de Covid-19. O estudo possibilita aos gestores acadêmicos dos CMP's e aos docentes aprimorarem o processo de formação acadêmica dos alunos a partir de estratégias de fomento à autorregulação da aprendizagem. Além disso, a pesquisa também ajuda os alunos a potencializarem seu processo de aprendizagem, além de auxiliar na compreensão do processo frente a uma situação completamente atípica, causada pela Covid-19.
De acordo com Chen (2002) o processo de autorregulação da aprendizagem está relacionado diretamente com as estratégias de gestão de recursos, a saber: (i) gestão de tempo (MERETT et al., 2020), que envolve fatores como sessões de aprendizagem (CARVALHO et al., 2020) e procrastinação (STEEL; KLINGSIECK, 2016); (ii) gestão do ambiente de estudo, com elementos físicos, psicológicos, sociais e tecnológicos (SILVA et al., 2018); (iii) gestão do esforço, com fatores como motivação (ZEIDNER; STOEGER, 2019); e (iv) gestão do ambiente social, busca por ajuda ou trabalho em grupo (LIMA; SILVA, 2017).
A pesquisa, de caráter qualitativo (GODOI; BALSINI, 2010), foi desenvolvida a partir da aplicação de entrevistas com roteiro de questões semiestruturadas, dando enfoque às estratégias de gestão de recursos de aprendizagem. Os sujeitos da pesquisa são alunos matriculados no segundo ano nesses cursos de Mestrado Profissional, com faixa etária de 23 a 41 anos, sendo seis participantes do sexo feminino e seis do sexo masculino, totalizando doze entrevistas. Os dados foram transcritos, codificados (SCHREIER, 2014), além de analisados e categorizados a partir da análise de conteúdo (BARDIN, 2016).
Os resultados indicam que a quebra de hábitos e rotinas dificultou a gestão do tempo, com estudantes mais propensos a procrastinar a realização de atividades acadêmicas. No ambiente de aprendizagem, a dificuldade em separar as atividades acadêmicas das demais atividades tornou-se um dificultador. Quanto à motivação, os mestrandos seguem desejando concluir o curso, mesmo sendo mais difícil dispender esforços no cenário de incertezas gerado pela Covid-19. Por fim, o ambiente social foi o mais afetado pela pandemia, tornando-se limitado sem as interações presenciais e o contato entre as pessoas.
Observamos que, diante da autorregulação da aprendizagem durante o isolamento social, estudantes potencializaram suas capacidades de adaptabilidade, resiliência e flexibilidade, habilidades valorizadas no contexto profissional, possibilitando-os a gerenciar problemas em meio ao caos. Gerir o tempo e os recursos acabou sendo mais complicado para os discentes com a quebra de hábitos e rotinas estabelecidas pré-pandemia, especialmente para quem concilia o mestrado com home-office, afetando principalmente a produtividade de mulheres e impactando diretamente na motivação a produzir e aprender.
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2016. CHEN, C. S. Self-regulated learning strategies and achievement in an introduction to information systems course. Information Technology, Learning and Performance Journal, v. 20, n. 1, p. 11-25, 2002. GODOI, C. K.; BALSINI, C. P. V. A. Pesquisa qualitativa nos estudos organizacionais brasileiros: uma análise bibliométrica. In: GODOI, C. K.; MELLO, R. B.; SILVA, A. B. (Orgs.). Pesquisa qualitativa em estudos organizacionais: paradigmas, estratégias e métodos. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. [...]