Resumo

Título do Artigo

PRESENÇA FEMININA NO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO E A DIVULGAÇÃO DE RESPONSABILIDADE SOCIAL CORPORATIVA RELACIONADA A GÊNERO À LUZ DA TEORIA DO TOKENISMO
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Palavras Chave

Divulgação de Responsabilidade Social Corporativa
Diversidade de Gênero no Conselho de Administração
Teoria do Tokenismo

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - LARISSA KAROLINE SOUZA SILVA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade (FEAAC)
2 - Marcelle Colares Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - FEAAC/DC/PPAC
3 - Manuel Salgueiro Rodrigues Júnior
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (UECE) - Centro de Estudos Sociais Aplicados - CESA

Reumo

A divulgação de informações é uma ferramenta para assegurar a transparência sobre as iniciativas de RSC e o desempenho referente a questões de gênero, comunicando aos stakeholders o comportamento da organização a esse respeito (García-Sánchez et al., 2019). Nesse contexto, a participação de mulheres pode possibilitar um conselho de administração mais sensível às demandas de gênero. Frente a essas questões, a Teoria do Tokenismo surge como uma alternativa singular, ela demonstra como a proporção das minorias no conselho impacta nas condutas dos grupos e na tomada de decisão (Post et al., 2011).
Fundamentado na Teoria do Tokenismo, o estudo tem como problema de pesquisa: Qual a influência dos grupos minoritários, relacionados à presença de mulheres no conselho de administração, sobre o nível de divulgação de informações de Responsabilidade Social Corporativa relacionada a gênero, à luz da Teoria do Tokenismo? A pesquisa tem como objetivo investigar a influência dos grupos minoritários, relacionados à presença de mulheres no conselho de administração, sobre o nível de divulgação de informações de Responsabilidade Social Corporativa relacionada a gênero, à luz da Teoria do Tokenismo.
A Teoria do Tokenismo de Kanter pondera as consequências dos benefícios e malefícios numéricos das questões relacionadas à visibilidade dos grupos minoritários nas corporações (Lewis & Simpson, 2012), em que grupos com proporções distintas de indivíduos diferem em dinâmica e processo. Kanter estabeleceu quatro categorias de grupos com distribuições distintas, sendo majoritários os indivíduos mais presentes e minoritários os menos frequentes (Childs & Krook, 2008). Com isso, sugere-se que um quantitativo superior de mulheres pode sensibilizar os conselhos às práticas de RSC relativas a gênero.
Foram colhidas informações de 2.199 empresas de 52 países que apresentam dados sobre práticas de RSC relacionadas a gênero e composição do conselho de administração na Thomson Reuters Eikon, no período 2010-2017. Considerou-se como variável dependente o índice de divulgação de informações de RSC relacionadas a gênero. Como variáveis independentes os grupos uniformes, enviesados, inclinados e equilibrados, com relação à presença de mulheres no conselho de administração e o tamanho do conselho de administração. Para a pesquisa, fez-se o teste Post-Hoc de Tukey-Kramer e regressões pooled OLS.
Observou-se uma média de divulgação de informações de RSC relacionada a gênero de 7,31 pontos, que ultrapassa a metade do valor máximo que o índice pode alcançar, de 10 pontos. Os resultados apontam que a presença feminina em percentual satisfatório para categorizar as empresas em grupos inclinados (15,01% até 40%) e equilibrados (40,01% até 50%) afeta positivamente o nível de divulgação de RSC relativa a gênero. Enquanto os grupos com baixo percentual de mulheres, ocasiões em que se percebe o tokenismo, resulta em um menor nível de adoção e divulgação de práticas de RSC relacionada a gênero.
Em relação à classificação nos grupos minoritários, observou-se que as empresas que estão nos grupos inclinados e equilibrados, que apresentam o maior quantitativo de mulheres nos conselhos, conforme os grupos propostos pela Teoria do Tokenismo, influenciam positivamente e demonstram um maior nível de divulgação de RSC relacionada a gênero. As empresas inclusas no grupo uniforme, com ausência de mulheres nos conselhos, têm o grau de divulgação de gênero inferior ao das empresas inseridas em quaisquer outros grupos determinados pela teoria, sejam grupos enviesados, inclinados ou equilibrados.
García‐Sánchez, I., Oliveira, M. C., & Martínez‐Ferrero, J. (2019). Female directors and gender issues reporting: the impact of stakeholder engagement at country level. Corporate Social Responsibility and Environmental Management, 1–14. Kanter, R. M. (1977b). Some effects of proportions on group life: skewed sex ratios and responses to Token women. American Journal of Sociology, 82(5), 965–990. Torchia, M., Calabrò, A., & Huse, M. (2011). Women directors on corporate boards: from tokenism to critical mass. Journal of Business Ethics, 102(2), 299–317.