Resumo

Título do Artigo

O Que é Justiça Organizacional? O Discurso do Sujeito Coletivo na Figura do Gestor
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Palavras Chave

Justiça Organizacional
Discurso do Sujeito Coletivo
Gestores

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Gabriela de Abreu Passos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Programa de Pós-Graduação em Contabilidade
2 - Henrique Adriano de Sousa
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Programa de Pós-Graduação em Contabilidade
3 - Luciana Klein
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (UFPR) - Departamento de Contabilidade

Reumo

Pesquisadores tem se debruçado sobre as percepções da Justiça Organizacional, verificando as respostas frente às injustiças, as formas de sua restauração, a compreensibilidade e previsibilidade do comportamento humano. A justiça nas organizações é definida como a percepção do que seria justo ou injusto dentro das empresas. Porém, a sua percepção pode variar, uma vez que essa se caracteriza como um conceito subjetivo e socialmente construído. Nesse sentido, nem sempre é possível que os requisitos sejam definidos previamente e de forma objetiva.
Na literatura, há divergências de resultados de estudos sobre as relações da Justiça Organizacional com aspectos organizacionais. Parte disso pode ser explicado pela limitação nas escalas de percepção e outra, da observação de que, de uma forma geral, as investigações consideram que os indivíduos compreendem o que é a Justiça Organizacional, mas sem verificar se isso é verdade. Visto isso, levanta-se a preocupação se os promotores da justiça (gestores) sabem o que ela significa. Assim, a pesquisa tem o objetivo de analisar o que é justiça organizacional na visão de gestores brasileiros.
A Justiça Organizacional é definida como a percepção dos empregados do que seria justo ou injusto dentro das organizações, podendo ser classificada em três tipo: distributiva, processual e interacional (Cropanzano et al., 2007; Graso et al., 2020). Nessa temática, os estudos buscam explicar os impactos da percepção de justiça sobre o comportamento dos empregados. Todavia, o tratamento equitativo é benéfico não só para os trabalhadores, mas também para toda a companhia, devido a produtividade e desempenho de seus colaboradores resultante da cultura e ambiente organizacional voltada à justiça.
A pesquisa utiliza a abordagem predominantemente qualitativa, realizada com 162 indivíduos que exercem ou exerceram cargos gerenciais. Por meio de um questionário online, foi perguntado aos participantes do estudo: o que é justiça dentro das organizações para você? A questão buscou ensejar o discurso dos sujeitos da pesquisa sobre o tema. Para a análise das respostas, aplicou-se a estratégia do Discurso do Sujeito Coletivo, possibilitando a reconstrução do discurso em um pensamento único, composto por ideias centrais organizadas pela relevância dada a cada aspecto de justiça pelos gestores.
Foram obtidas 333 expressões-chaves, classificadas em 39 ideias centrais. Escolheu-se para discussão os discursos das seis principais ideias centrais: Ser Transparente na Gestão; Ter Isonomia no Tratamento das Pessoas; Possuir Reconhecimento Profissional; Aplicar a Meritocracia; Ter Imparcialidade; e Receber Remuneração e Gratificação. Os resultados demonstram que os gestores possuem discursos que se enquadram nas principais dimensões da Justiça Organizacional. Nota-se que mesmo os supervisores estando em uma posição hierárquica superior, expõem pensamentos análogos aos receptores de justiça.
Percebeu-se que os discursos dos gestores se aproximam às três dimensões tradicionais da Justiça Organizacional – distributiva, processual e interacional. Dois discursos chamaram atenção: Aplicar a Meritocracia e Receber Remuneração e Gratificação. O primeiro, instigou por englobar duas dimensões da justiça. O segundo, por aparecer em sexto lugar, pode indicar mudança dos valores, pois o fator financeiro se mostra depois de aspectos pessoais e comportamentais. A concepção de justiça dos gestores envolve questões de aplicação com seus subordinados e incluem aspectos sobre a sua própria figura.
Cropanzano, R., Bowen, D. E., & Gilliland, S. W. (2007). The Management of Organizational Justice. Academy of Management Perspectives, 21(4), 34-48. Cojuharenco, I., Marques, T., & Patient, D. (2017). Tell me Who, and I’ll Tell You How Fair: A Model of Agent Bias in Justice Reasoning. Group & Organization Management, 42(5), 630-656. Graso, M., Camps, J., Strah, N., & Brebels, L. (2020). Organizational Justice Enactment: An Agent-Focused Review and Path Forward. Journal of Vocational Behavior, 116, 103296.