Resumo

Título do Artigo

AS CARACTERÍSTICAS CULTURAIS BRASILEIRAS E SUA INFLUÊNCIA NA CULTURA ORGANIZACIONAL: UMA ANÁLISE NO ÂMBITO DA GESTÃO PÚBLICA BRASILEIRA
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Palavras Chave

Cultura Nacional
Cultura Organizacional
Administração Pública

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Leonardo Antonio Siervo da Motta
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - PPGA - RUA DA LAPA, 86 - CENTRO - RJ
2 - Josir Simeone Gomes
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Doutorado em Administração

Reumo

Desde do final da década de 1970 e início dos anos 1980, com o sucesso das empresas japonesas, o termo cultura organizacional se tornou um campo de interesse da teoria da administração (Lee, Chiang, Van Esch, & Cai, 2018; Losonci, Kása, Demeter, Heidrich & Jenei, 2017; Souza & Fenili, 2016; Russo, Tomei, Linhares & Santos, 2012; Cameron & Quinn, 2006), ao considerar que as pessoas e os grupos estão inseridos em estruturas e culturas que vão além das estruturas formais, orientando hábitos, rotinas e normas (Neto e Silva, 2019; Park & Lunt, 2018). No setor público, não é diferente.
No setor público, não é diferente, a administração pública deve prestar serviços à população e estabelecer políticas públicas que atendam às necessidades sociais coletivas (Oliveira & Paula, 2014). Alinhar as atividades de gestão de pessoas às estratégias organizacionais e às diretrizes traçadas pelos governos, representa um emergente desafio para a política de gestão de recursos humanos no setor público federal.O objetivo deste estudo, portanto, é realizar um mapeamento da cultura organizacional e das subculturas na gestão pública brasileira empregando o Modelo de 6D de Hosfstede.
A palavra cultura, no sentido estrito, refere-se a refinamento da mente e, em particular, aos resultados de tal refinamento, como educação, arte e literatura (Hofstede, Hofstede & Minkov, 2010). Em sentido mais amplo, comum entre sociólogos e antropólogos, cultura é vista como uma programação mental, um fenômeno coletivo, que provém do ambiente social onde o indivíduo convive e não de sua formação genética (Hofstede, 1991). Os fatores nacionais desempenham papel importante na explicação das diferenças nas organizações e nas configurações socioeconômicas, que incluem atitudes e comportamentos.
A metodologia proposta tem como objetivo realizar o mapeamento da cultura organizacional do IBGE, com base no Modelo de Seis Dimensões (6D) culturais proposto por Hofstede et al. (2010) e ainda, avaliar a possibilidade de existirem sub-culturas internas do IBGE. Este estudo baseou-se numa pesquisa de caráter quantitativo, com aplicação de questionário para autopreenchimento dos servidores ativos do IBGE via Internet (on-line), a partir da plataforma Intranet da empresa, garantido o anonimato dos respondentes. Buscou identificar se há diferenças culturais regionais.
o Brasil reflete uma sociedade que acredita que a hierarquia deve ser respeitada e as desigualdades entre as pessoas são aceitáveis, totalizando 69 pontos. Para do individualismo, os resultados indicam que, o Brasil tem uma pontuação igual a 38, o que significa que no país, as pessoas, desde o nascimento, são integradas em grupos fortes e coesos que continuam protegendo seus membros em troca de lealdade. A masculinidade apresenta uma pontuação alta nessa dimensão. Indicando uma sociedade será impulsionada pela competição, realização e sucesso. A dimensão evitar incerteza tem pont
Os resultados do Modelo 6D indicaram que a dimensão indulgência (IVR) está presente em praticamente todas as regiões brasileiras com magnitudes menores que o obtido na aplicação nacional. Isso sugere que, no contexto interno do IBGE, as pessoas estão menos inclinadas a desfrutar a vida pessoal do que a média nacional. Além disso, outros resultados chamam à atenção como os traços de uma sociedade mais individualista nas regiões Sudeste e Sul, bem como uma maior tolerância à hierarquia nas regiões Norte e Nordeste. A dimensão evitar a incerteza (UAI), tem sua maior magnitude no Centro-Oeste.
Flach, L. O jeitinho brasileiro: Analisando suas características e influências nas práticas organizacionais. Revista Gestão e Planejamento, Salvador, v.12, n. 3, p. 499-514, set/dez. 2012.; Hofstede, G.; Hofstede, G. J.& Minkov, M. Cultures and organizations: Software of the mind, Intercultural cooperation and its importance for survival. McGrawHill, Third Edition, 2010; Lacerda, D. P. Cultura organizacional: sinergias e alergias entre Hofstede e Trompenaars. Revista de Administração Pública – RAP, 45(5), pp. 1285-1301, set. /out. 2011;