Resumo

Título do Artigo

Relações clientelistas e Cultura organizacional: uma bibliometria acerca da produção acadêmica brasileira
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Palavras Chave

Clientelismo
Cultura
Bibliometria

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades

Autores

Nome
1 - James Rocha Rodrigues de Melo
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
2 - Andréia Lopes Cirino
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa-MG
3 - Laíza Nília da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Campus Viçosa

Reumo

O clientelismo se constitui como um fenômeno presente em terras brasileiras desde sua colonização (Carvalho, 1997). O clientelismo desta forma se configura como uma prática enraizada na relação Estado e sociedade, fomentado por características culturais propícias e protegido por sua capacidade de adaptação e mimetismo (Paulo Filho, Lombardo, & Coelho, 2004; Carbone, 2000). Diante dessas complexas características, percebe-se a importância do estudo minucioso deste fenômeno no contexto nacional, uma vez que este se configura há décadas como um influente elemento na provisão de bens e serviços po
A questão de pesquisa que norteou este trabalho foi a seguinte: Quais as principais características e evolução da produção de artigos científicos que abordam o clientelismo de forma central ou relacionado à outros temas? Em vista disso, o objetivo deste artigo foi analisar as principais características e o padrão de crescimento da produção acadêmica brasileira que aborda o clientelismo de maneira central ou atrelado à outras discussões no decorrer das décadas dos séculos XX e XXI. Para a consecução de tal objetivo, foi realizado um estudo bibliométrico a partir dos trabalhos encontrados na pla
Alguns estudos que objetivam delinear os aspectos da cultura brasileira, revelando pontos de vista distintos em relação ao mesmo objeto. Assim, nessa gama de trabalhos está Junior (1965) que toca em pontos relacionados à estrutura econômica, política e racial brasileira. Pantín e Rama (2018) e, Díaz e Raimán (2017) afirmam que o estabelecimento da relação clientelista não é algo atípico. Portanto, o clientelismo além de ser visto como herança, conforme Carvalho (1997), ele pode ser visto como a “raiz cultural” estabelecida através da naturalização deste tipo de relação.
Ao longo das décadas o tema vem paulatinamente angariando atenção na comunidade acadêmica Apesar da produção à cerca do tema ter crescido 700% nos últimos 35 anos, o quantitativo ainda é relativamente baixo quando comparados à outros temas relacionados, como a corrupção. Ademais, nenhuma rede expressiva de coautoria entre pesquisadores ou instituições foi encontrada. Apenas 4,96% dos autores publicaram mais de um artigo sobre o tema. Por outro lado, nota-se que a abordagem do tema tem ocorrido dentro de periódicos de extratos mais altos que possuem maior fator de impacto, e maior poder de diss
Embora a presente relação clientelista seja identificada no Brasil desde a sua colonização, este tema até o presente momento não é utilizado como objeto de muitos estudos se comparado com outros temas, como corrupção, por exemplo. A desvalorização do tema dificulta o entendimento do que é o clientelismo de fato e de como as suas relações podem acarretar no aumento de assimetrias e a privatização do público. Assim, com um baixo quantitativo de produção, pouco se é discutido sobre o tema e, consequentemente, torna-se mais difíceis avanços teóricos que refinem e esclareçam melhor o fenômeno, bem
Carbone, P. P. (2000). Cultura organizacional do setor público brasileiro: desenvolvendo uma metodologia de gerenciamento da cultura. Revista de Administração Pública, 34(2). Carvalho, J. M. D. (1997). Mandonismo, coronelismo, clientelismo: uma discussão conceitual. Dados, 40(2). Pagani, R. N., Kovaleski, J. L., & de Resende, L. M. M. (2017). Avanços na composição da Methodi Ordinatio para revisão sistemática de literatura. Ciência da Informação, 46(2). Paulo Filho, M., Lombardo, V. J., & Coelho, A. F. (2004). Acesso ao poder. Clientelismo e democracia participativa desconstruindo uma dicotomi