Resumo

Título do Artigo

Estudo dos efeitos do julgamento moral e do comportamento profissional na Governança Corporativa
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Palavras Chave

Governança Corporativa
Ética
Dilemas Morais

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Governança Corporativa

Autores

Nome
1 - Roberto Godoy Fernandes
CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS (FMU) - Liberdade
2 - Eric David Cohen
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS (UNICAMP) - FCA

Reumo

Partindo-se da premissa de que todos os profissionais das organizações devem receber tratamento semelhante e se comportar de maneira ética, coloca-se como pano de fundo a investigação das conexões dos construtos do julgamento moral e a Governança Corporativa, para compreender o olhar consequencialista do comportamento dos gestores à luz de posturas que possam trazer riscos desnecessários à gestão. No Brasil, o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa ainda não se debruçou sobre as questões do comportamento moral, que indubitavelmente afetam a conduta ética nas empresas.
O intuito da pesquisa é analisar o fenômeno complexo do comportamento ético, relacionado com as boas práticas de Governança Corporativa. Objetiva-se, com isso, propiciar as condições para o desenvolvimento de instrumentos que sejam adequados para o acompanhamento dos gestores. A pesquisa bibliométrica e a revisão da literatura permitiu desenvolver hipóteses voltadas à verificação dos dilemas e do julgamento moral atinentes aos profissionais, aplicando um questionário já validado que investigou este conceito.
No âmbito empresarial, o estudo de Chen (2019), mostra que a competição aumenta a responsabilidade deontológica. Para Greene et al. (2001), os dilemas morais levam a duas formas de ação por parte do protagonista: a ação pessoal e a impessoal. Por seu turno, os dilemas morais pessoais podem induzir o julgamento deontológico por ativação emocional, ao passo que os dilemas morais impessoais podem induzir o julgamento utilitarista e puramente racional (Christensen; Flexas; Calabrese; Gut; Gomila, 2014; Fernandes et al.,2018).
A pesquisa adotou uma amostra de conveniência, e a coleta de dados se apoiou na escala de mensuração de Fernandes et al. (2018). Utilizando a técnica analítica ANOVA, desenvolveu-se um experimento que visa comparar as condutas dos profissionais da área comercial com profissionais de outras áreas, sendo que as respostas referentes aos dilemas morais foram ajustadas segundo os critérios preconizados pelos autores (utilitarista x deontológico) para os grupos pesquisados. Os dilemas de conflito alto foram respondidos por 326 indivíduos, que foram recrutados por meio de mídias sociais.
Não foi possível confirmar a hipótese de que os profissionais da área comercial são orientados ao julgamento moral utilitarista. Tampouco foram apontadas diferenças no julgamento moral dos profissionais, independentemente do gênero, na comparação dos comportamentos dos profissionais da área comercial com as demais áreas. Por outro lado, foi possível identificar diferenças significativas do comportamento em relação ao gênero dos profissionais pesquisados da área comercial.
A pesquisa evidencia a influência de fatores sociais na conduta ética dos profissionais nas empresas pesquisadas, e da preferência de determinados grupos ao comportamento deontológico ou utilitarista. Contudo, não foi possível mostrar diferenças na conduta dos profissionais de vendas frente às outras áreas funcionais. A despeito disto, a discussão apresentada confirma a importância de se analisar aspectos do comportamento e do julgamento moral, com vistas à prevenção de atos indesejados dos gestores da organização.
Christensen, J. et al. (2014). Moral judgment reloaded: a moral dilemma validation study. Frontiers in Psychology, 1-18. Fernandes, C. et al. (2018). European Portuguese adaptation and validation of dilemmas used to assess moral decision-making. Trends Psychiatry Psychother. IBGC (2015) Código das Melhores Práticas de Governança Corporativa, 5ª ed. São Paulo: Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Rossetti, J.; Andrade, A. (2016). Governança Corporativa: Fundamentos, Desenvolvimento e Tendências (7ª ed.). São Paulo: Atlas.