Resumo

Título do Artigo

Demanda Turística Internacional e Taxa de Câmbio: Modelagem de Depêndencia Baseada no Modelo Cópula-Garch
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Palavras Chave

Turismo
Cópulas
Câmbio

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Planejamento e Gestão em Turismo

Autores

Nome
1 - Bruno Vitor Luna Gouveia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa
2 - Julio Cesar Araujo da Silva junior
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Departamento de Economia
3 - Mariana de Freitas Coelho
UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI (UAM) - Vila Olímpia- 7
4 - Maurcio Silva Lacerda
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Viçosa

Reumo

A teoria econômica sugere que o preço é um importante determinante da demanda (Dogru et al., 2017). No contexto de viagens internacionais, o preço inclui o preço em moeda estrangeira de bens e serviços turísticos em destinos, o custo do transporte entre países e o efeito das variações da taxa de câmbio no poder de compra (Crouch, 1994a). A competitividade de preços do turismo é um determinante importante do número de visitantes recebidos e as taxas de câmbio desempenham um papel relevante nisso (Dwyer et al., 2002).
Diante disso, o objetivo deste artigo é mensurar a dependência entre a taxa de câmbio e a demanda turística internacional, por meio de modelos de Cópulas. Diferente de Wanke et al. (2019), que utilizaram como medida de demanda dados mensais de receitas e despesas, e diferente de Tavares & Leitão (2017), que aplicou um modelo gravitacional com dados brasileiros, este estudo utiliza como variáveis o número de chegadas internacionais e as taxas de câmbio, com dados mensais entre 1999 e 2018. Assim, a análise é semelhante a realizada em Tang et al. (2016).
A rápida expansão do turismo internacional motivou um crescente interesse nos estudos sobre demanda por turismo (Li et al., 2005). Nesse contexto, o número de chegadas de turistas internacionais ainda é a variável mais popular como medida de demanda para o turismo internacional (Song & Li, 2008; Wu et al., 2017). Além disso, a taxa de câmbio é normalmente incluída nas equações de demanda por turismo combinada com preços relativos como uma variável de preço efetivo (taxa de câmbio real) ou como uma variável separada (De Vita, 2014).
A estratégia metodológica deste estudo consiste em modelar e estimar em duas etapas a estrutura de dependência entre o número de chegadas internacionais e as taxas de câmbio, por meio do modelo cópula-GARCH. Para estimar as distribuições marginais é aplicado o modelo autorregressivo de média móvel (ARMA) com o modelo de heterocedasticidade condicional autorregressiva, desenvolvido por Bollerslev (1986), (GARCH). Depois, são calculadas as funções de cópula Gaussiana, t-Student, Gumbel e Clayton. Por último, é aplicado um teste de qualidade de ajuste nas cópulas.
pode-se inferir que: (1) as taxas de crescimento da demanda turística internacional para o Brasil e as taxas de câmbio não são estatisticamente correlacionadas para os Estados Unidos e Alemanha, apenas para a Argentina os coeficientes são negativos e estatisticamente significativos (ainda que fracamente correlacionados, em torno de -0,16); (2) Nenhum dos coeficientes de dependência extrema nos pares foi estatisticamente significativo, isto é, movimentos extremos de BRL/USD, BRL/ARS e BRL/EUR não causam movimentos extremos na demanda de turistas dos Estados Unidos, Argentina e Alemanha.
Esses resultados são úteis para o setor de turismo, pois pode ser utilizado para a implementação de estratégias de promoção turística internacional no Brasil. Dito de outra forma, mudanças das relações de câmbio com países vizinhos podem ser utilizadas para melhor planejamento de oferta de serviços. Assim, espera-se que quando a moeda do país estrangeiro aprecie frente ao real, que o número de chegadas aumente, e vice versa. Por outro lado, a taxa de câmbio não parece ser uma variável que co-movimente com chegadas de turistas americanos e alemães.
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