Resumo

Título do Artigo

TRANSFORMAÇÃO DAS PRÁTICAS DE CONSUMO DE MODA DE MILLENNIALS
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Palavras Chave

Teorias de práticas
Fast fashion
Slow fashion

Área

Marketing

Tema

Consumo, Materialismo, Cultura e Sociedade

Autores

Nome
1 - MARIA KÉLVIA FERREIRA DE ARAUJO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ (IFPI) - Piripiri
2 - Rafael Fernandes de Mesquita
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PIAUÍ (IFPI) - Piripiri
3 - Michelle do Carmo Sobreira
PROGRAMA DE POS GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO - PPGA UECE - Administração
4 - Fátima Regina Ney Matos
Instituto Superior Miguel Torga - Largo Cruz de Celas

Reumo

A moda como consumo e produção é caracterizada por suas mudanças rápidas e constantes e está associada a modelos de negócios baseados na eficiência produtiva, peças mais baratas em um curto espaço de tempo, uso e descarte. No entanto, a natureza efêmera da moda fast tem influenciado uma mudança de pensamento de pessoas ao redor do mundo acerca das suas práticas de produção e consumo. Esta mudança de comportamento social vem sendo percebida, pois pessoas questionam a atual maneira de consumir e provocam o que tem sido nomeado de slow fashion.
Como se dá a adesão de ‘práticas’ de consumo de moda, tidas como slow fashion por mulheres jovens, grupo etário inserido na classificação millennials? Seria uma transição do fast ao slow? Para responder esse problema se objetiva analisar a emergência e a reprodução de práticas de consumo slow fashion entre as participantes, mulheres jovens nascidas entre 1995 e 2000.
Os estudos baseados na prática (practice-based studies - PBS) despertaram interesse acadêmico recente. Pierre Bourdieu apresenta a teoria da prática em 1972, em seu livro “Esquisse d'une théorie de la pratique, preceder de trois études d'ethnologie kabyle”, mais recentemente seguido por pesquisadores como Warde (2005), Ropke (2009), Shove e Walker (2010), Spaargaren (2011), Warde, Welch e Paddoock (2017), Caliope e Lázaro (2018). Os estudos citados buscam aplicar a teoria da prática em conjunto com as análises das formas de consumo (CALIOPE; LAZÁRO, 2018).
Esta pesquisa é de abordagem qualitativa e quanto a seu tipo se classifica como exploratória, fazendo uso da entrevista como técnica de coleta de dados. A produção de dados foi feita durante o mês de março de 2020. Para tratamento dos dados foi feita uma análise do conteúdo, que consistiu na descrição dos conteúdos de maneira categorizada, classificando os elementos de maneira que se tenha sentido, obedecendo-se regras como: homogeneidade, exaustão, exclusividade, e conteúdo válido.
Identificou-se um consumo assíduo dentro do grande varejo de fast fashion, em decorrência de fatores como preços baixos, comodidade e fácil acesso. Contudo, as entrevistadas apresentaram tendências de posicionamento para o consumo de produtos slow. Para elas, apesar do preço ser um fator de influência, há disponibilidade em pagar mais caro por produtos que as representem e defendam o meio ambiente, os animais e melhores condições de trabalho na produção.
Conclui-se que o fast fashion até o momento é a prática concreta e hegemônica do consumo de moda, não sendo possível visualizá-la como ex-prática, posto que os três critérios ainda se mantém conectados. Quanto ao slow, este se encontra um estado de proto-prática, são identificados elementos componentes, mas as conexões ainda não foram realizadas. Identificou-se que no 1º pilar, dentre os três apresentados como estruturantes do slow fashion, têm-se os brechós, lojas de aluguéis e as trocas de roupas. No 2º estão a costura caseira e as peças artesanais, e no 3º o consumo de peças versáteis.
CALIOPE, T.S; LAZARO, J.C. From Fast to Slow: Transitions to Sustainable Fashion. A Theoretical Essay. In: International Sustainability Transitions Conference, 2018. ID291 (Full Paper) IST Manchester, Uk, 2018 (INOS working paper to submission on Journals) CLARK, H. SLOW+ FASHION—an Oxymoron—or a Promise for the Future…?. Fashion Theory, v. 12, n. 4, p. 427-446, 2008. SCHATZKI, T. R.; CETINA, K. K.; SAVIGNY, E. V. The practice turn in contemporary theory. New York: Routledge, 2005. WARDE, A. Consumption and theories of practice. Journal of consumer culture, v. 5, n. 2, p. 131-153, 2005.