Resumo

Título do Artigo

TEORIA DA GRAXA SOBRE RODAS, TEORIA DA AREIA SOBRE RODAS E A TEORIA DE MARKOWITZ: UMA ANÁLISE DE INDICADORES DAS AÇÕES DAS EMPRESAS ENVOLVIDAS EM CORRUPÇÃO CITADAS NA OPERAÇÃO LAVA-JATO
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Palavras Chave

Corrupção
Lava Jato
Ações

Área

Finanças

Tema

Decisões de Investimento

Autores

Nome
1 - Camila Silva Paula
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - SANTA MONICA
2 - Camila Moraes de Ataides
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - Faculdade de Ciências Contábeis
3 - Lisia de Melo Queiroz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA (UFU) - FACULDADE DE CIENCIAS CONTABEIS (FACIC)

Reumo

O Brasil está passando pela maior investigação de lavagem de dinheiro e corrupção vivenciada até o presente momento. Esta investigação, Operação Lava-Jato, foi deflagrada em março de 2014, e envolve grandes empreiteiras do país, empresas, a Petrobrás e políticos. Neste sentido, faz-se importante analisar o impacto da corrupção no desempenho das empresas envolvidas em casos de corrupção. Neste contexto, surgem duas teorias: Teoria da Graxa Sobre Rodas e Teoria da Areia Sobre Rodas, que discutem, de forma oposta uma da outra, o impacto da corrupção na economia e desempenho das empresas.
O problema de pesquisa deste estudo compreende: Quais os impactos das práticas corruptivas nas variáveis risco, retorno e liquidez das ações das empresas de capital aberto envolvidas na Operação Lava-Jato, à luz da Teoria de Markowitz, Teoria da Graxa Sobre Rodas e Teoria da Areia Sobre Rodas? O objetivo desse trabalho é analisar quais os impactos das práticas corruptivas nas variáveis risco, retorno e liquidez das ações das empresas de capital aberto envolvidas na Operação Lava-Jato, à luz da Teoria de Markowitz, Teoria da Graxa Sobre Rodas e Teoria da Areia Sobre Rodas.
Nos últimos 50 anos, os efeitos da corrupção sobre a economia têm sido um tema recorrente de discussão (KRAMMER, 2019), portanto faz-se importante entender o efeito da corrupção no desempenho de empresas. Surgem duas teorias: Teoria da Graxa Sobre Rodas e Teoria da Areia Sobre Rodas. A primeira afirma que a corrupção é benéfica se aplicada em cenários de fracas estruturas de governança, proporcionando redução da ineficiência e lentidão. A segunda defende que em todas as situações a corrupção é prejudicial, pois gera mais atos corruptos por igual ou em proporções maiores (MEÓN; SEKKAT, 2005).
Foram retirados dados da Economatica das variáveis Retorno, Risco Sistemático (Beta), Risco Total (Desvio-Padrão) e Liquidez de 9 empresas de capital aberto citadas na Operação Lava Jato. Neste sentido, utiliza-se a data base da citação de cada empresa na investigação e analisa-se os dados por periodicidades: 3 anos antes e 3 anos após a citação, 1 ano antes e 1 ano após a citação e 6 meses antes e 6 meses após a citação. Aplicou-se testes de média para analisar o comportamento das variáveis no decorrer dos anos, de forma a possibilitar a identificação de qual teoria mais se adere ao ambiente.
Identifica-se que o Retorno não apresentou comportamento consolidado nas periodicidades analisadas, sendo que nas 3 periodicidades a maioria das ações não apresentou variação no índice. Para o Beta, apenas a periodicidade de 3 anos apresentou a maioria das ações com aumento, configurando a Teoria da Areia Sobre Rodas. Para o Desvio-Padrão, em todas as periodicidades houve aumento durante os anos, tendo a aderência da Teoria da Areia Sobre Rodas. A liquidez também apresentou aumento durante os anos em todas as periodicidades, apresentando aderência à Teoria da Graxa Sobre Rodas.
Não foi possível definir a Teoria que mais se aderiu no ambiente estudado. Os resultados limitam-se às empresas estudadas, ao período e variáveis. Porém, pode-se visualizar o comportamento das empresas, pelas suas influências e participação dos setores no PIB. Com isso, para pesquisas futuras, sugere-se analisar o impacto da corrupção nas empresas por meio de utilização de outras variáveis, e por um período maior, de forma a poder visualizar detalhadamente o comportamento do desempenho das empresas envolvidas em casos de corrupção.
JIMÉNEZ, A.; ALON, I.. Corruption, policial discretion and entrepreneurship. Multinational Business Review, v. 26, n. 2, pp.111-125, 2018. KRAMMER, S.. Greasing the Wheels of Change: Bribery, Institutions, and New Product Introductions in Emerging Markets, Journal of Management, vol. 45, 2019. MARKOWITZ, H. Portfolio selection. The Journal of Finance, v. 7, n. 1, p. 77-91, 1952. MÉON, P. G.; SEKKAT, K. Does corruption grease or sand the wheels of growth? Public Choice, v. 122, n. 1-2, p. 69-97, 2005.