Resumo

Título do Artigo

A ESCOLHA DE DESTINOS TURÍSTICOS POR DEFICIENTES VISUAIS USUÁRIOS DE CÃO-GUIA: motivações, facilitadores e inibidores da escolha
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Palavras Chave

Turismo
comportamento do consumidor
cão-guia

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Planejamento e Gestão em Turismo

Autores

Nome
1 - Aline Delmanto
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - São Paulo
2 - Vivian Iara Strehlau
Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) - São Paulo

Reumo

No Brasil, cerca de 8,5 milhões de pessoas têm deficiência visual, sendo 506 mil cegas (Brasil, 2010). Pouco sabe-se do comportamento de consumo turístico desse público. Há estudos voltados que buscam compreender e analisar a influência da ausência da visão sob diferentes aspectos, porém poucos estudos relacionam deficientes visuais e turismo. Buscando-se diminuam esta lacuna o estudo, em construção, objetiva identificar o que leva um deficiente visual usuário de cão-guia a escolher uma cidade em detrimento da outra, quando quer sair de férias.
A literatura sobre turismo, especialmente aquela relacionada a motivações e percepções, explicita que a imagem de um destino, criada pelos viajantes é essencial no processo de decisão de compra. Assim, busca-se: quais fatores influenciam a escolha do destino de viagem do deficiente visual usuário de cão-guia quando está a lazer? São objetivos específicos: entender se a existência de serviços e atrativos turísticos adaptados é determinante na escolha do destino turístico e identificar se existe hierarquia entre os fatores que determinam a escolha de um determinado destino turístico.
Inicia-se com a definição da deficiência, sua evolução conceitual e abordagens vigentes: médica e social. Apresentam-se as teorias acerca da escolha de destinos turísticos destacando-se a abordagem denominada “abordagem de conjunto de escolhas” (Sirakaya & Woodside, 2005). A partir dos apontamentos na literatura e da decisão de se utilizar a “abordagem do conjunto de escolhas”, complementou-se a fundamentação teórica com os fatores motivadores para o turismo, a influência da informação e comunicação na escolha do destino e os facilitadores e inibidores do consumo.
Pesquisa exploratória qualitativa, composta por entrevistas semiestruturadas, de amostragem não-probabilística. Os entrevistados eram deficientes visuais que perderam a visão ao longo da vida ou nunca foram videntes que viajam a lazer, pelo menos uma vez ao ano. Para a seleção da amostra, adotou-se a estratégia de julgamento. Para análise dos dados, recorreu-se ao software Atlas TI, para estruturação da análise de conteúdo do tipo relacional. A análise de conteúdo quantitativa foi complementada com uma análise de conteúdo qualitativa, de abordagem acumulativa.
A partir das narrativas dos respondentes, foi possível analisar a aceitação da deficiência, autonomia como turista, inibidores e facilitadores do consumo turístico, motivadores do consumo turístico e aspectos relacionados à informação e comunicação do destino.
Os resultados preliminares apontam os entrevistados se sentem seguros durante a viagem, porque têm a companhia do animal, elemento de suporte que dá independência e autonomia. A acessibilidade não é um fator importante para a escolha do destino, sendo o cão-guia aquele que influencia o processo. Se ele for acompanhar a viagem os critérios de seleção serão diferentes de quando ele não está presente. A informação é crucial já que o processo de planejamento é minucioso. A indicação de terceiros, principalmente aqueles que viajam com os animais, tem peso na construção da imagem do destino.
Badalo, C. A. d. A. (2014). O papel do cão-guia como facilitador da inclusão da pessoa cega na sociedade: mobilidade, segurança, interação social e qualidade de vida. (Dissertação de mestrado). Universidade de Lisboa, Lisboa. Delmanto, A. (2020). O deficiente visual como turista: motivações, facilitadores e inibibidores na escolha de destinos turísticos. (Dissertação mestrado). Escola Superior de Propaganda em Marketing - ESPM, São Paulo. Sirakaya, E., & Woodside, A. G. (2005). Building and testing theories of decision making by travellers. Tourism management, 26(6), 815-832.