Resumo

Título do Artigo

INOVAÇÃO ABERTA EM COMPANHIAS DE SANEAMENTO BÁSICO BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Inovação aberta
Cocriação
Propriedade intelectual

Área

Gestão da Inovação

Tema

Gestão do Conhecimento, Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia

Autores

Nome
1 - Etienne Unias de Vasconcelos
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - PPAC
2 - Augusto Cézar de Aquino Cabral
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ (UFC) - Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade - FEAAC

Reumo

Ao se considerar a importância do setor de saneamento para a sociedade e sua relevância para o desenvolvimento social e econômico do País, o presente estudo contribui para um melhor entendimento da adoção de práticas de inovação aberta neste setor, por meio da identificação e análise em profundidade das práticas de inovação aberta adotadas pelas companhias de saneamento básico brasileira. O estudo concentra esforços nas práticas de cocriação; no gerenciamento da propriedade intelectual e na atuação de P&D das companhias, à luz das teorias de Chesbrough (2012) e Gassmann e Enkel (2004).
A pesquisa busca responder a seguinte questão: como as companhias de saneamento básico brasileiras que adotam a inovação aberta realizam os processos desse tipo de inovação? Para responder foram propostos os seguintes objetivos específicos são: (i) identificar a existência da área de PD&I nas companhias; (ii) analisar o tipo de processo de inovação aberta adotado pelas companhias; (iii) verificar como as companhias realizam os esforços de cocriação; (iv) analisar o gerenciamento da propriedade intelectual e (v) identificar a atuação de P&D interna das companhias.
Segundo Chesbroug (2012), os fatores de erosão, pelos quais passaram as antigas práticas de desenvolvimento de novas ideias, tornaram o conhecimento mais colaborativo, resultado dos esforços de cocriação, do novo gerenciamento da propriedade intelectual e da atuação diferenciada da P&D interna. Nesse viés, Gassmann e Enkel (2004) propuseram três tipologias dentro das quais ocorre a inovação aberta: “de fora para dentro”, “de dentro para fora” e “processo acoplado”. A primeira envolve a conexão de conhecimentos. A segunda refere-se à saída de ideias. E a última permite formar alianças.
Foi realizado um estudo qualitativo, com estratégia de casos múltiplos, mediante entrevistas semiestruturadas, com trinta gestores em seis grandes companhias de saneamento que figuraram no ranking da Revista Valor Econômico 2018 e que corresponderam aos requisitos descritos no estudo. Foram utilizados dados primários e secundários. Os dados primários foram coletados por meio de questionários e entrevistas semi estruturadas. As entrevistas, em profundidade, foram realizadas “in loco”. E dados secundários foram coletados por meio de relatórios e informações disponíveis na internet.
Os resultados demonstram que as seis companhias investigadas adotam a inovação aberta do tipo “de fora para dentro”, segundo a classificação de Gassmann e Enkel (2004). Entretanto, três delas estão num estágio mais avançado de inovação aberta que se denominou de “inovação aberta semi acoplada”. Os esforços de cocriação são realizados principalmente com fornecedores e universidades. O gerenciamento da propriedade intelectual é realizado somente em algumas companhias, por meio de patentes. Foram identificados novos papéis da área de PD&I: facilitadora, intermediadora e motor difusor da inovação.
O objetivo geral foi alcançado por meio dos seguintes objetivos específicos: foram identificadas onze companhias que possuem áreas de PD&I; o tipo de inovação aberta adotado mais fortemente é a inovação aberta “de entrada” ou “de fora para dentro”; os principais parceiros no desenvolvimento de novas tecnologias são os fornecedores, as universidades e as outras companhias de saneamento, os contratos de patentes constituem a forma mais utilizada para proteger as novas ideias desenvolvidas, seguidos por convênios e termos de cooperação técnica; a área de P&D assume novos papéis.
CHESBROUGH, Henry. Inovação aberta: como criar e lucrar com a tecnologia. trad. Luiz Claudio de Queiroz Faria; rev. téc. Jonas Cardona Venturini. Porto Alegre: Bookman, 2012. GASSMANN, O.; ENKEL, E. Towards a theory of open innovation: three core process archetypes. R&D management conference, v.6, 2004.