Resumo

Título do Artigo

Redes de pesquisa e sua articulação sistêmica - notas para discussão
Abrir Arquivo
Ver apresentação do trabalho
Assistir a sessão completa

Palavras Chave

Redes
Inovação
Sistema

Área

Gestão da Inovação

Tema

Organização, Processos e Projetos de Inovação

Autores

Nome
1 - Edes Garcia da Costa Filho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Instituto de Ciências Exatas
2 - Allan Claudius Queiroz Barbosa
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - FACE

Reumo

A organização de redes de pesquisa em universidades é uma tendência e a sua proliferação é exponencial (Takayanagui, 2018). Redes de pesquisa envolvidas formalmente em um processo de inovação interagem com empresas e indústrias por meio de canais formais de transferência tecnológica. Essa interação formal tem sido incentivada por meio de diferentes iniciativas do Governo Federal, como o programa INCT e a EMBRAPII. Contudo, apesar de seu crescimento e importância, os processos que materializam os resultados das redes de pesquisa não são discutidos de forma recorrente na literatura.
Estudos sobre redes de pesquisa se concentram na avaliação dos resultados e estrutura da rede. Medem-se os produtos, mas seus processos permanecem desconhecidos (Leite et al., 2014). Este artigo pretende articular o debate entre a teoria de sistemas e redes de pesquisa que fomentam o processo de inovação por meio de canais formais de transferência tecnológica para empresas. Os resultados de uma rede de pesquisa são gerados a partir de suas atividades e, para entender como essas redes funcionam, faz-se necessário investigar as redes sob uma perspectiva sistêmica.
Redes de pesquisa são espaços nos quais ocorrem processos relacionados ao conhecimento (Leite e Pinho, 2017). Redes de pesquisa envolvidas em processos formais de inovação interagem com empresas por meio de canais formais de transferência tecnológica. Esse arranjo pode ser avaliado como um sistema. Sistema é uma forma de ver o mundo (Weinberg, 2011). Um sistema é um conjunto de elementos organizados para atingir um objetivo (Meadows, 2008). Nessa perspectiva, a rede de pesquisa é avaliada como um subsistema, parte de um sistema maior, com objetivo transferir tecnologia para empresas.
Investigar uma rede de pesquisa sob o enfoque sistêmico implica em olhar para a rede como uma estrutura, que tem uma função e que realiza um conjunto de processos para atingir um propósito maior, que está associado ao seu contexto. A rede de pesquisa é um subsistema de um sistema de inovação. Sua função é realizar transferência tecnológica para empresas com o propósito de gerar inovação. O aspecto de processo do sistema permite explicar como a rede transforma suas entradas em saídas, isto é, sua operacionalização. Já o aspecto de feedback ajuda a entender como a rede se regula e toma decisões.
A articulação apresentada evidenciou que o uso da teoria de sistemas pode auxiliar na identificação e entendimento dos processos de uma rede de pesquisa. A relação direta entre o pensamento sistêmico e o processual possibilita avaliar como uma rede de pesquisa transforma suas entradas em saídas, o que não pode ser investigado apenas por meio dos nós e arestas da rede. Por consequência, o entendimento dos processos das redes viabiliza a melhoria da sua eficiência e eficácia. Entender os processos de uma rede de pesquisa é primordial para avaliar a sua capacidade de colaboração com empresas.
Capra, F. The web of life: A new scientific understanding of living systems. New York: Anchor, 1996. 347 p. Gharajedaghi, J. Systems thinking: Managing chaos and complexity: A platform for designing business architecture. 3 ed. Elsevier, 2011. 351 p. Leite, D. et al. Avaliação de redes de pesquisa e colaboração. Avaliação, Campinas, Sorocaba, v. 19, p. 291-312. 2014. Wixted, B.; Holbrook, A. Conceptual Issues in the Evaluation of Formal Research Networks. Vancouver: CPROST, Simon Fraser University, 2008.