Resumo

Estudos sobre colaboração para inovação apontam que há vantagens que variam de acordo com o objetivo do projeto inovativo, que pode, além disso, promover sustentabilidade (Van Horne, Poulin & Frayret, 2012; Bos-Brouwers, 2010). Inovação e sustentabilidade em atividades de colaboração podem ser um fator competitivo o qual merece atenção de pesquisadores e empresas. Bos-Brouwers (2010), Musiolik e Markard (2011) expressam que a colaboração pode ser descrita como um dos facilitadores para inovações que visam a sustentabilidade.

Assim, tendo como base a inovação, a colaboração e a sustentabilidade, a pergunta que norteou este estudo foi: De que forma a colaboração para inovação e sustentabilidade se desenvolve nas indústrias de transformação do Paraná? Desta forma, o objetivo deste estudo consiste em analisar de que forma é desenvolvida a colaboração para inovação e a sua relação com a sustentabilidade em indústrias de transformação do Paraná.

A fundamentação teórica está alicerçada na inovação (Schumpeter, 1997; Gallouj; Weinstein, 1997; Rennings, 2000; Henderson; Clark, 2001; OCDE, 2005; Lundvall, 2007; Klement, 2007; Zilber; Perez; Lex, 2009), na colaboração para a inovação (Tidd, Bessant; Pavitt, 2008; Bos-Brouwers, 2010; Musialik; Markard, 2011; Manning; Roesster, 2013; Iturrioz et al., 2014; Hawkey; Weeb, 2014; Tachizawa; Wong, 2015; Jones e Zubielqui, 2017; Greco; Locatelli; Lisi 2017, entre outros) e no desempenho sustentável (Elkington, 2001, 2012; Baumgartner; Ebner; 2010; Munck, 2014; Rocha et al. 2015).

Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e analítico, com coleta de dados por meio de questionário estruturado com questões em escala de 5 pontos, formulada a partir da literatura pesquisada. A coleta foi realizada junto a indústria brasileira extrativa e de transformação, sendo que a amostra é composta por 64 questionários válidos. As análises consistem inicialmente da Estatística Descritiva, com confirmação da consistência interna a partir do Alfa de Cronbach, e por fim pela Análise de Cluster; Análise de Correlação e Teste t. As análises foram viabilizadas pelo software SPSS®.

Os resultados indicam a consistência interna dos construtos, o agrupamento dos respondentes em dois grupos distintos em função da perspectiva de colaboração para a inovação, com médias distintas entre os grupos, inclusive em relação as três dimensões do desempenho sustentável. Além disso, os resultados indicam que existe relação estatisticamente significante entre a colaboração para a inovação e o desempenho sustentável, tanto nesta quanto em cada uma de suas dimensões, de maneira mais acentuada em relação a dimensão social e menos intensa em relação a dimensão ambiental.

A partir dos agrupamentos obtidos na análise de cluster, em função das fontes e motivos de colaboração, pode-se afirmar que as empresas que colaboram mais também estão desenvolvendo ações proeminentes voltadas às dimensões econômica, social e ambiental, demonstrando que possuem maior equilíbrio para a sustentabilidade. Dessa forma, há fortes indícios de que a colaboração para inovação pode influenciar na sustentabilidade organizacional, permitindo o desenvolvimento de estudos futuros, os quais poderão constatar efetivamente esta evidência.

Bos-Brouwers, H.E.J. (2010). Corporate sustainability and innovation in SMEs: evidence of themes and activities in practice. Business Strategy and the Environment, [s.l.], 417-435. Elkington, J. (2012). Canibais com Garfo e Faca. São Paulo: M. Books. Kuhl, M.R. (2012). Interdependência entre a Colaboração para Inovação e o Desempenho Sustentável na Indústria Brasileira de Eletroeletrônicos. Tese Doutorado. UFPR. Curitiba. Schumpeter, J.A. (1997). Teoria do Desenvolvimento Econômico: Uma Investigação Sobre Lucros, Capital, Crédito, Juro e o Ciclo Econômico. São Paulo: Copyright.