Resumo

Título do Artigo

Evidências de Validade do Instrumento de Diagnóstico de Cultura Organizacional em Empresas Juniores
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Palavras Chave

Cultura Organizacional
Empresa Júnior
Comportamento Organizacional

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Ludmila da Rocha Costa
-
2 - Mariana Carolina Barbosa Rêgo
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA
3 - Lana Montezano
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - PPGA
4 - Franciso Antonio Coelho Junior
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UNB) - departamento de administração

Reumo

A cultura organizacional é um poderoso mecanismo de controle que visa conformar condutas e homogeneizar comportamentos. O estudo de empresas juniores (EJs) é relevante, pois elas contribuem para o desenvolvimento de competências empreendedoras de futuros profissionais, uma vez que a cultura organizacional estimula os estudantes na geração de ideias e busca pelo autodesenvolvimento. Com isso, as dimensões da cultura organizacional das EJs precisam ser melhor compreendidas, já que subsidiam o desenvolvimento de competências comportamentais e técnicas em atividades que alinham a teoria e prática.
O ambiente organizacional de empresas juniores (EJs) possui um contexto diferente pois seu objetivo básico não é o lucro, e sim a formação de profissionais. Com isso, mesmo que essas organizações estejam ganhando mais mercado, ainda são escassos estudos sobre a cultura organizacional considerando essa realidade específica das EJs. Assim, esta pesquisa tem como objetivo verificar evidências de validade de uma escala de Cultura Organizacional em Empresas Juniores, bem como identificar as dimensões culturais presentes nas EJs brasileiras, na percepção dos alunos que trabalham nessas organizações.
A cultura é um fenômeno que transpassa diversos níveis da empresa, pois é resultado do compartilhamento de experiências, percepções, emoções e afetos no trabalho e constrói, ao longo do tempo, uma realidade social compartilhada pelos membros da organização. A transformação da cultura organizacional passa pela modificação de paradigmas historicamente consolidados, que geram uma zona de conforto natural dos grupos sociais. A cultura guia essa zona de conforto e restringe o comportamento dos membros de um grupo por meio dos padrões sociais compartilhados pelo próprio grupo social.
A pesquisa pode ser caracterizada como descritiva e quantitativa. O instrumento, construído por Oliveira (2011), era formado por 55 itens associados a uma escala tipo Likert de 10 pontos e foi respondido por 297 membros de 135 empresas juniores, de 58 cursos superiores diferentes e de todas as regiões geográficas do Brasil. Foi utilizada a análise fatorial exploratória por meio da análise dos fatores principais e rotação oblíqua. Os critérios adotados foram: carga mínima acima de 0,40, eigenvalue, scree plot e variância explicada.
O KMO encontrado foi de 0,88 e a melhor solução foi a trifatorial, explicando 36,77% da variância total e cargas variando entre 0,407 e 0,701. O primeiro fator corresponde ao “automonitoramento e relação dos indivíduos no grupo social e na organização”, com 17 itens e alfa de 0,886; o segundo fator está relacionado às “crenças e comportamentos compartilhados”, possui 12 itens e alfa igual a 0,832 e; o terceiro fator corresponde às “relações de poder”, contém 15 itens e apresentou alfa de 0,882. Dessa forma, houve redução da quantidade final de itens da escala, de 55 para 44.
Diante dos resultados, é possível afirmar que a escala apresentou bons índices de validade e consistência interna, demonstrando seu potencial para representar o fenômeno de forma fidedigna e ser utilizada em estudos futuros. Recomenda-se como agenda de pesquisa: realizar o diagnóstico da cultura organizacional das EJs brasileiras; comparar culturas organizacionais de EJs com outros tipos de empresas; investigar a relação da cultura organizacional em EJs com outras variáveis de Comportamento Organizacional; e realizar estudos longitudinais para mensurar a evolução da cultura organizacional.
FLEURY, M. T. L. Cultura organizacional: os modismos, as pesquisas, as intervenções: uma discussão metodológica. Revista de Administração de Empresas. v. 24, n.1, 1996. HOFSTEDE, G.; HOFSTEDE, G.J.; MINKOV, M. Cultures and Organizations: Software of the Mind. McGraw-Hill, 2005. LAGINHA, A. L. M. O Movimento Empresa Júnior e a Formação de Jovens Empreendedores: um estudo comparativo entre Brasil e França. XX SEMEAD, São Paulo-SP, Novembro, 2017. SCHEIN, E. H. Cultura organizacional e liderança. 1. São Paulo: Atlas, 2009.