Resumo

Título do Artigo

Desempenho Inovador e Organizacional no Setor Catarinense de Transformação sob a Perspectiva da Capacidade de Aprendizagem Organizacional
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Palavras Chave

Capacidade de Aprendizagem Organizacional
Desempenho Inovador
Desempenho Organizacional

Área

Gestão da Inovação

Tema

Dimensões Criativas, Comportamentais e Culturais da Inovação

Autores

Nome
1 - Giancarlo Gomes
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAd e Pós-Graduação em Ciências Contábeis - PPGCC
2 - Laio Oriel Seman
UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ (UTFPR) - Apucarana
3 - LINDA JESSICA DE MONTREUIL CARMONA
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Doutorado em Ciências Contábeis e Administração (PPGCC)

Reumo

O mundo vem vivenciando um processo de desindustrialização, como rumo natural, virtuoso e de desenvolvimento econômico, resultado do aumento da produtividade na indústria de transformação. Contrariamente no Brasil, este se associa a fenômenos negativos, como a perda da competitividade das exportações, confirmada pelo aumento acelerado nas exportações de bens primários e pela expansão das importações de bens de capital, de bens de consumo e insumos industriais, o que afeta nocivamente as cadeias produtivas (FIESP, 2017).
A inovação é crucial para o aumento da produtividade das organizações e pedra angular do crescimento econômico. A Capacidade de Aprendizagem Organizacional (CAO) ou orientação ao aprendizado é considerada um dos facilitadores da inovação. Para Jiménez-Jiménez e Sanz-Valle (2011) a CAO, a inovação e o desempenho são fatores inter-relacionados. Assim, o estudo teve por objetivo avaliar a influência da CAO no DI e DO de organizações exportadoras e não exportadoras de quatro setores industriais de Santa Catarina, com uso de variáveis multigrupo.
A fundamentação se pauta em três constructos; CAO, Desempenho Inovador (DI) e Desempenho Organizacional (DO). A CAO foi formada por cinco dimensões; Experimentação; Interação com o Ambiente Externo; Risco; Diálogo e Tomada de Decisão Participativa (Chiva et al., 2007); o DI pelas dimensões Eficiência e Eficácia (Alegre et al., 2009; OECD, 2005), e o DO por uma única dimensão (Lopez et al., 2005). Diversos estudos apontam que as características setoriais da indústria têm influência sobre a aprendizagem organizacional e o desenvolvimento da inovação e os resultados desta.
A pesquisa é quantitativa e levantamento. Para a coleta de dados foi utilizado um questionário entregue aos gestores. As assertivas foram construídas por meio de escala Likert de 7 pontos. A amostra total foi de 318 organizações. Destas, 101 exportam, 173 não exportam e 44 não responderam. Para análise dos dados utilizou-se o algoritmo PLS-PM (Partial Least Squares Path Modeling). A escolha por este método é adequada quando o propósito da pesquisa se encontra entre a necessidade de testar uma teoria e a de predizer padrões (Hair Jr, Hult, Ringle, & Sarstedt, 2016).
A confiabilidade da consistência interna e validade convergente ficaram dentro da normalidade. O estudo também apresentou validade discriminante. As hipóteses H1 – A Capacidade de Aprendizagem Organizacional tem influência positiva e significativa no desempenho inovador das organizações e H2 – O Desempenho Inovador tem influência positiva no Desempenho Organizacional foram confirmadas, contudo a H3 – Capacidade de Aprendizagem Organizacional tem influência positiva no Desempenho Organizacional não foi suportada. Os resultados se mantiveram para as empresas que exportam e não exportam.
As relações diretas entre a CAO e o DI; e o DI e o DO foram confirmadas. A hipótese 3, sobre a influência direta da CAO no DO não foi suportada. Pesquisas anteriores concentraram-se geralmente nas indústrias manufatureiras sem levar em conta as implicações de lidar com perfis tecnológicos heterogêneos. O estudo contribuiu para a literatura, ao abordar a influência da CAO no DI e DO com foco nas particularidades de setores industriais diferentes, assunto negligenciado pela literatura de inovação. Dentre as limitações da pesquisa, pode-se apontar a utilização de dados de corte transversal.
Alegre, J., & Chiva, R. (2008). Assessing the impact of organizational learning capability on product innovation performance: An empirical test. Technovation, 28(6), 315–326. Chiva, R., & Alegre, J. J. (2009). Organizational learning capability and job satisfaction: An empirical assessment in the ceramic tile industry. British Journal of Management, 20(3), 323–340. Lopez, S., Peon, J. M., & Ordas, C. J. (2005). Organizational learning as a determining factor in business performance. The Learning Organization, 12(3), 227–245.