Resumo

Título do Artigo

FATORES CULTURAIS QUE IMPACTAM POSITIVAMENTE E NEGATIVAMENTE A GOVERNANÇA CORPORATIVA EM EMPRESAS FAMILIARES
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Palavras Chave

Governança corporativa
Empresa familiar
Cultura organizacional

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Governança Corporativa

Autores

Nome
1 - Fernanda de Anchieta Gomes
FACULDADE FUCAPE (FUCAPE) - ESPIRITO SANTO
2 - Sérgio Augusto Pereira Bastos
FACULDADE FUCAPE (FUCAPE) - Administração de Empresas

Reumo

Há estudos que se dedicaram a entender processos de mudança em organizações familiares com vistas à implementação de um modelo de boas práticas de Governança Corporativa e as dificuldades impostas pela cultura familiar como, por exemplo, o de Oliveira et al. (2011) e Cançado et al. (2013). No entanto, este é um tema ainda pouco explorado, notadamente no Brasil.
Considerando que ainda não há conhecimento suficiente sobre o tema, o objetivo deste trabalho é identificar fatores de origem cultural que influenciem positivamente e negativamente a adoção dos mecanismos de boa governança corporativa em empresas familiares, em processo de mudança de seus modelos de gestão.
Com relação especificamente às empresas familiares, Ribeiro et al. (2012) afirmam que a governança possui elementos capazes de defender possíveis conflitos entre família, propriedade e empresa, propiciando argumentos acerca da melhor forma de gestão. Nas empresas familiares, em sua maioria de capital fechado, a governança acaba por ser uma proposição frequente para intermediar eventuais conflitos entre os interesses pessoais e de sobrevivência de longo prazo da empresa (MATESCO, 2014).
Foi realizado um estudo interpretativo, com uma abordagem qualitativa e longitudinal, utilizando a metodologia de análise de narrativas (RIESSMAN, 2003; RIESSMAN; QUINNEY, 2005). Esta metodologia fornece os dados básicos para o desenvolvimento e entendimento das relações entre os atores sociais e sua situação, cujo objetivo constitui em compreender detalhadamente as crenças, atitudes, valores e motivações em relação aos comportamentos dos indivíduos em contextos sociais específicos (GASKELL et al., 2005).
Percebe-se uma tendência uniforme na adoção dos mecanismos ou práticas de governança corporativa. Dentre os fatores negativos: ausência de comunicação eficaz, falta de congruência nos interesses dos membros familiares, ausência de definição clara dos papéis, dependência excessiva da família na tomada de decisão e pessoalidade nas relações. Quanto aos aspectos positivos: possibilidade de profissionalização do negócio, definição clara do papel de cada empregado, definição dos sucessores, democratização da tomada de decisão, transparência e melhoria no processo de planejamento.
Foi constatado que, sim, aspectos culturais são relevantes para o sucesso dos processos de mudança e que são mais numerosos os fatores positivos do que os negativos. A adoção de práticas de governança permite a clarificação do papel de cada membro da organização, permitindo que a gestão alcance os objetivos propostos em relação a uma variedade de partes interessadas. Evidenciou-se, a partir das narrativas, que as crenças e os valores construídos pelos fundadores são fundamentais para que ocorra a continuidade no processo de profissionalização do negócio, no caso de empresas familiares.
CANÇADO, V. L.; LIMA, J. B.; MUYLDER, C. F.; CASTANHEIRA, R. B. Ciclo de vida, sucessão e processo de governança em uma empresa familiar: Um estudo de caso no grupo Seculus. REAd – Revista Eletrônica de Administração, v.19, n.2, p. 485- 516, 2013. FLORES, J. E.; GRISCI, C. L. I. Dilemas de pais e filhos no processo sucessório de empresas familiares. Revista de Administração, v. 47, n. 2, p. 325-337, 2012. MACEDO, K. B. Cultura, poder e decisão na organização familiar brasileira. RAE-eletrônica, v.1, n.1, 2002. RIESSMAN, C. K. Narrative analysis. Newbury Park: Sage, 1993.