Resumo

Título do Artigo

A ESPERANÇA DE PASTEUR: A DESCONSTRUÇÃO DE UM DISCURSO POLARIZADO EM C&T E OS NOVOS HORIZONTES PARA O EMPREENDEDORISMO ACADÊMICO
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Palavras Chave

Empreendedorismo Acadêmico
Universidades Empreendedoras
Gestão da Inovação

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes, Ecossistemas e Ambientes de Inovação

Autores

Nome
1 - Artur Tavares Vilas Boas Ribeiro
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade

Reumo

O fim da segunda guerra mundial trouxe consigo uma nova visão de mundo para a ciência: uma maior compreensão do papel do desenvolvimento científico para a hegemonia das nações, bem como uma maior importância ao papel das universidades como geradora de inovações tecnológicas. Apesar disso, o discurso que acompanhou esse avanço carrega raízes de polarização - uma visão que a ciência básica e suas aplicações vivem em pontos opostos de um espectro. O presente trabalho se utiliza do trabalho de Stokes (1997) para discutir sobre as fronteiras do empreendedorismo acadêmico e seus mecanismos de apoio.
O problema do presente estudo é, a partir da compreensão do pensamento de Stokes (1997), identificar as estratégias que tem sido desenvolvidas por universidades pelo mundo no incentivo ao transbordamento de suas pesquisas em forma de inovação tecnológica. Da identificação, buscar- se-á apresentar os estudos mais relevantes da pesquisa atual de modo a orientar novos pesquisadores a melhor se encontrar em meio ao debate acadêmico e oferecendo estudos estruturantes em periódicos de destaque.
A fundamentação teórica se inicia na leitura da carta de Vannevar Bush (1945) para Franklin Roosevelt, considerado como um dos documentos mais importantes para a Ciência e Tecnologia no século XX. Avança-se com o debate de Stokes (1997) sobre a polarização gerada pelo modelo de Bush, reforçando os debates em torno do empreendedorismo acadêmico. Trabalhos complementares suportam o pensamento de Stokes, como os de Narayanamurti, Odumosu e Vinsel (2013) e Kline e Rosenberg (1986).
Na discussões são apontados os mecanismos que dialogam com a discussão teórica, trazendo boas práticas e trabalhos teóricos que colaboram com a compreensão destes mecanismos. As boas práticas se originam nos trabalhos de Guerrero et. al. (2017) e O'shea, Chugh & Allen (2008). As buscas por artigos mais relevantes se basearam no ranking de periódicos proposto por Ratinho et. al. (2015), com destaque às publicações nos periódicos Technovation, Research Policy e The Journal of Technology Transfer. São aprofundados tópicos como NIT's, Incubadoras, Aceleradoras, Parques Tecnológicos e outros.
Três grandes conclusões emergem deste ensaio teórico: (i) a necessidade de maior atenção aos agentes de produção científica para desenvolvimento econômico, bem como a atenção aos mecanismos de estímulo ao empreendedorismo acadêmico e à transferência de tecnologia; (ii) uma reflexão sobre os novos mecanismos que têm surgido para apoio aos transbordamentos científicos em forma de tecnologia; (iii) o papel dos ecossistemas de empreendedorismo, dos ambientes de inovação e da sua dinâmica de retroalimentação que permite um maior surgimento de inovações tecnológicas.
As principais referências bibliográficas foram: Bush, V. (1945). Science: The endless frontier. Transactions of the Kansas Academy of Science (1903-), 48(3), 231-264. Stokes, D. (1997). Pasteur’s quadrant: basic research and technological innovation. Schumpeter, J. A. (1942). Capitalism, Socialism and Democracy. Narayanamurti, V., Odumosu, T., & Vinsel, L. (2013). RIP: The basic/applied research dichotomy. Issues in Science and Technology, 29(2), 31-36.