Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DA DIFERENCIAÇÃO DO SPEED OF ADJUSTMENT DA ESTRUTURA DE CAPITAL ENTRE OS SETORES DE ATUAÇÃO DAS EMPRESAS BRASILEIRAS
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Palavras Chave

Speed of Adjustment
Estrutura de Capital
Setores de Atuação

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital e Valor

Autores

Nome
1 - Moacir Manoel Rodrigues Junior
UNIVERSIDADE REGIONAL DE BLUMENAU (FURB) - Programa de Pós Graduação em Ciências Contábeis
2 - Wilson Toshiro Nakamura
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas - PPGA

Reumo

Fischer, Heinkel e Zechner (1989) discute de forma inicial a modelagem de um processo dinâmico de escolha e recapitalização das empresas de modo que o valor da firma seja maximizado. A pressuposição é de existência de um processo dinâmico de escolha e adequação da estrutura de capital das empresas. Alguns estudos indicam que existem fatores endógenos e exógenos que influenciariam o processo de convergência a meta de alavancagem. A rapidez com que as empresas mudam sua estrutura de capital é chamada de Speed of Adjustment (SOA) que pode variar de acordo com atividade econômica da empresa.
Problema: Qual a diferenciação do Speed of Adjustment da estrutura de capital dos setores de atuação das empresas brasileiras? Objetivo: Analisar a diferenciação do Speed of Adjustment da estrutura de capital entre os setores de atuação das empresas brasileiras, no período de 2012-2017
O Speed of Adjustment (SOA) é uma abordagem dada ao processo de conversão da estrutura de capital à uma meta de endividamento estabelecida para firma que maximizaria seu valor de mercado. Flannerry e Hankins (2007) alegam que o custo para o ajustamento a uma estrutura ótima de capital depende das características da empresa. Além das características das empresas como um custo de ajustamento, a literatura elenca a influência de fatores como restrições financeiras, custos de financiamentos externos, financial distress, propriedade, fatores macroeconômicos e governança corporativa no SOA.
A população da pesquisa consistiu em todas as empresas listada na B3 no período de 2012 a 2017, o que totaliza 366 empresas. A amostra foi por acessibilidade aos dados o que totaliza 281 empresas participantes. Para a estimação do SOA, aplicou-se a construção estabelecida nos estudos de Faulkender et al. (2012) entre outros. Como fatores determinantes da estrutura ótima de capital utilizou-se a Tangibilidade dos Ativos, o Tamanho da Empresa, o Crescimento, o Market-to-Book e o Retorno sobre os Ativos.
Os resultados confirmam a ideia de que o SOA entre os setores de atuação é distinto. A ideia básica da proposta é perceber que setores de atuação, que possuem estrutura de risco e de rentabilidade distintas, também possuiriam estratégias de financiamento distintas. Considerando os coeficientes significantes, pode-se destacar que o setor de Petróleo, gás e biocombustíveis com SOA de 30,17% e 19,35% para alavancagens contábil e a mercado, respectivamente. O mesmo ocorre para o setor de Utilidade pública com SOA de 56,23% e 12,09% para alavancagens contábil e a mercado, respectivamente.
Esta pesquisa conclui que existe sim um efeito provocado por alguns setores de atuação no SOA, de tal modo que a velocidade média de ajuste passa de um valor próximo a 6% para algo próximo a 30%. Sobre perspectivas futuras destaca-se a investigação de outros fatores institucionais e macroeconômicos que possam ser percebidos como importantes para o SOA. Destaca-se os achados para os setores de Utilidade Pública e Petróleo, gás e biocombustível. Sendo possível perceber o efeito do controle do estado sobre a gestão de tais companhias.
Faulkender, M., Flannery, M. J., Hankins, K. W., & Smith, J. M. (2012). Cash flows and leverage adjustments. Journal of Financial Economics, 103 (3), 632–646. Fischer, E. O., Heinkel, R., & Zechner, J. (1989). Dynamic capital structure choice: Theory and tests. Journal of Finance, 44 (1), 19–40. Flannery, M. J., & Rangan, K. P. (2006). Partial adjustment toward target capital structures. Journal of Financial Economics, 79 (3), 469–506.