Resumo

Título do Artigo

O USO DA REVISÃO INTEGRATIVA NA ADMINISTRAÇÃO: UM MÉTODO POSSÍVEL?
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Palavras Chave

Revisão integrativa
Métodos de pesquisa
Ciências sociais aplicadas

Área

Ensino e Pesquisa em Administração

Tema

Métodos e Técnicas de Pesquisa

Autores

Nome
1 - EMANUELE CANALI FOSSATTI
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - Programa de Pós-graduação em Administração
2 - Anelise Rebelato Mozzato
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PPGAdm/UPF
3 - CLEIDE FATIMA MORETTO
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO (UPF) - Faculdade de Ciências Econômicas, Administrativas e Contábeis

Reumo

As revisões de literatura são utilizadas para reunir conhecimento sobre uma temática, analisando sua construção, progresso e controversas. O aprofundamento dessas técnicas é observado na abordagem prática baseada na evidência difundida na área das ciências médicas. A expansão desta abordagem levou a uma variedade de revisões, tais como revisões narrativas e revisões bibliográficas sistemáticas. As primeiras possibilitam a aquisição de conhecimento sobre uma temática em um curto período de tempo, porém não utilizam critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura
Apesar de a amplitude do uso do método de revisão integrativa ter crescido nos estudos internacionais voltados à área das Ciências Sociais Aplicadas, ainda são poucas as publicações nacionais que o abordam, se comparado. Deste modo, surgem questionamentos, tais como: por qual razão a revisão integrativa é um método de pesquisa ainda pouco utilizado em estudos do campo da Administração? Quais são seus desafios e possibilidades para a área das Ciências Sociais Aplicadas? O objetivo é discutir a aplicação do método de revisão integrativa em pesquisas no campo da Administração.
A revisão sistemática objetiva, buscar, avaliar e sintetizar evidências de pesquisa, reunindo os conhecimentos sobre uma área. Pare et al. (2015), apontam que as revisões narrativas, utilizadas na Administração, geralmente não fornecem explicações sobre como o processo foi conduzido, tornando-se vulneráveis. As revisões sistemáticas ressaltam o rigor metodológico e seguem um conjunto de etapas: identificação do tema e questões de pesquisa; critérios de inclusão e exclusão; identificação de estudos; categorização dos estudos; análise e interpretação dos resultados; e apresentação da revisão.
As revisões sistemáticas podem contribuir para a área da Administração ao oferecer um plano a priori que estabelece o critério para incluir ou excluir estudos, estratégias de busca e descrição dos métodos, a fim de elevar o nível de formalidade e rigor metodológico das revisões. Autores já afirmavam que sua utilização na área da Administração apresenta potencial (BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011), uma vez que as questões de pesquisa da área precisam ser claramente especificadas, seja como replicação de um estudo ou como um novo estudo para atender a uma lacuna (TRANFIELD; DENYER; SMART, 2003).
A revisão integrativa se diferencia de outros métodos em função de suas etapas pré-definidas, que garantem maior rigor metodológico e confiabilidade. A diversidade de elementos utilizados durante o processo de revisão integrativa qualifica e aprofunda o estudo. Os desafios e possibilidades deste método na área de Ciências Sociais Aplicadas incluem a ampliação de um método que integra ideias existentes com novas ideias para criar outras possibilidades de formulação do tema. Assim, esta se constitui num método de pesquisa relevante que merece maior atenção na respectiva área.
BOTELHO, L.; CUNHA, C.; MACEDO, M. O método da revisão integrativa nos estudos organizacionais. Gestão e Sociedade, v. 5, n. 11, p. 121-136, 2011. GRANT, M. J.; BOOTH, A. A typology of reviews: an analysis of 14 review types and associated methodologies. Health information & libraries journal, v. 26, n. 2, p. 91-108, 2009. TRANFIELD, D.; DENYER, D.; SMART, P. Towards a methodology for developing evidence‐informed management knowledge by means of systematic review. British Journal of Management, v. 14, n. 3, p. 207-222, 2003.