Resumo

Título do Artigo

CONFIGURAÇÕES VINCULARES NA FORÇA AÉREA BRASILEIRA
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Palavras Chave

Comportamento Organizacional
Vínculo
Militar

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Comportamento Organizacional

Autores

Nome
1 - Maria Filomena Fontes Ricco
Universidade da Força Aérea - UNIFA - Programa de Pós-Graduação em Ciências Aeroespaciais
2 - Valéria Marcondes Pereira
Academia da Força Aérea (AFA) - Divisão de ensino

Reumo

A questão do comprometimento (contrato psicológico ou vínculo com a organização), tem tomado espaço nesse novo século. E, do ponto de vista estratégico da gestão de pessoas, esse interesse se intensifica quando, na construção de uma cultura do comprometimento organizacional, o vínculo estabelecido atende ao intuito de se gerenciar os riscos na busca por resultados no cumprimento da missão da organização. Especificamente, quando se trata de organizações militares, tais estudos têm investido em uma postura mais científica, como suporte para as ações gerenciais. (Atuel & Castro, 2018; Gade, 2003)
Na caserna, onde a doutrina reforça a cultura organizacional pelos pilares da formação militar, como estaria a questão do vínculo organizacional? E, em um recorte para viabilização de pesquisa, como os vínculos organizacionais se configuram na Força Aérea Brasileira (FAB)? A fim de responder tal inquietação, estabeleceu-se como objetivo do estudo: compreender o vínculo estabelecido pelos oficiais com a FAB. Intencionando assim, contribuir para um melhor entendimento da psicodinâmica das organizações (militares), além de fornecer subsídios para revisão de suas políticas estratégicas de pessoal.
Tanto no Brasil como fora do país, o comprometimento organizacional é a forma de vínculo mais estudada. (Bastos, Maia, Rodrigues, Macambira, & Borges-Andrade, 2014; Vieira, Anjos & Silva, 2016). A luz de pesquisas mais recentes sobre configurações vinculares, o estudo assume três marcos teóricos. Os padrões de comprometimento organizacional propostos por Ricco (1998), com base em Meyer e Allen (1991) e advindos de pesquisa em ambiente militar. Os elementos constitutivos do vínculo, conforme propostos por Kramer (2003) e por Kamer e Farias (2007). E os quatro tipos de vínculo de Zimerman (2010)
Pesquisa explicativa, que busca compreender a relação entre as variáveis sob duas linhas investigatórias: uma linha qualitativa, que utiliza roteiros de entrevistas e análise de discurso, e outra, marcadamente quantitativa, que utiliza instrumento estruturado de coleta de dados e análise multivariada de dados. Por apresentar forte preocupação com a relação entre as variáveis, indica também se tratar de uma pesquisa empírico-analitica. (Fávero, Belfiore, Silva, & Chan, 2009; Hair, Anderson, Tatham, & Black, 2005). E trabalha com uma amostra de 250 oficiais, cujas carreiras atingem ao generalato
Os resultados corroboram pesquisas anteriores. Prevalência do comprometimento afetivo e pouca presença do instrumental. Tipos de vínculo: prevalência de mais amor (+A), menos ódio (–O), mais conhecimento (+C) e mais reconhecimento (+R). A metodologia empregada possibilitou explanar a configuração vincular dos oficiais que ascendem ao generalato na FAB, indicando que estabelecem laços organizacionais por meio de três fatores organizacionais (Imagem Organizacional, Estrutura Organizacional e Doutrina) e de quatro fatores pessoais (Elo Emocional, Interação e Reconhecimento, Dever e Conformismo).
O objetivo atingido indica um caminho metodológico que identifica, mensura, descreve e explica a configuração vincular com a FAB e descreve 7 formas de laços. Mesmo com restrições sobre a generalização dos resultados, este trabalho contribui para um melhor entendimento da formação de vínculos (entre eles o comprometimento organizacional) e sobre a psicodinâmica da caserna, avança no campo do saber do comportamento organizacional (gestão de pessoas, interações sociais) e propõe um caminho que poderá ser utilizado por outros estudiosos sobre o assunto, inclusive para outras populações militares.
Atuel & Castro (2018) http://dx.doi.org/10.1007/s10615-018-0651-z Bastos et al. (2014) http://dx.doi.org/10.1590/S0102-37722014000200004 Gade (2003) http://dx.doi.org/10.1207/S15327876MP1503_01 Kramer (2003) Vínculos organizacionais (Dissertação)-Universidade Federal do Paraná,Curitiba Kramer & Faria (2007) http://dx.doi.org/10.1590/S0034-76122007000100006 Meyer & Allen (1991) https://doi.org/10.1016/1053-4822(91)90011-Z Ricco (1998) doi:10.11606/D.12.1998.tde-08062003-205352 Vieira et al. (2016) http://dx.doi.org/10.12712/rpca.v10i3.656 Zimerman (2010) Os quatro vínculos. Porto Alegre: Artmed