Qualidade de vida no trabalho
Jogo de xadrez
Pesquisa ação
Área
Gestão de Pessoas
Tema
Significado do Trabalho, Satisfação e Mecanismos de Recompensa
Autores
Nome
1 - Ana Vitória de Paula Rothebarth UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - São Paulo
2 - Hugo Martinelli Watanuki Escola Politecnica da USP - Departamento de Engenharia de Produção
Reumo
As exigências do mundo corporativo têm afetado o desenvolvimento de atividades extrínsecas e intrínsecas relacionadas ao trabalhador, prejudicando a sustentabilidade da organização. A promoção de atividades lúdicas com a finalidade de buscar o equilíbrio entre indivíduo e organização contribui para a qualidade de vida no trabalho. O jogo de xadrez se configura como ferramenta lúdica, pois além de ser um jogo de entretenimento, pode potencializar funções como psicológica e social.
Indicadores de qualidade de vida no trabalho, especialmente os relacionados à esfera social e psicológica, pressupõem o desenvolvimento de habilidades sobre as quais o jogo de xadrez, através do ensino e prática, provou ser capaz de exercer influência positiva. O estudo tem por objetivo verificar como a promoção de atividades lúdicas, exclusivamente através do ensino e da prática do jogo de xadrez no ambiente de trabalho, pode contribuir para o aprimoramento da qualidade de vida dos funcionários.
A fundamentação teórica foi dividida em quatro seções. Na primeira foram descritos conceitos de qualidade de vida no trabalho de maior relevância para entendimento do trabalho; depois se discorreu sobre atividades lúdicas como ferramenta de promoção de saúde; após o xadrez foi apresentado como ferramenta lúdica capaz de trazer benefícios aos praticantes e; por fim, como proposição de pesquisa, cinco indicadores de qualidade de vida no trabalho considerados por Westley (1979) foram adotados para estruturação do trabalho; dois da dimensão sociológica e três da dimensão psicológica.
O presente trabalho apresenta abordagem qualitativa, utilizando-se de pesquisa bibliográfica e de pesquisa ação como procedimentos de investigação, e faz uso de pesquisa exploratória e descritiva para a solução do problema proposto e geração de conhecimentos de aplicação prática. O ensino e a prática do jogo de xadrez foram desenvolvidos, pela pesquisadora, em sete dias alternados, por uma hora, no período de um mês, em uma empresa industrial. A percepção de nove funcionários foi coletada através de entrevista semiestruturada no início e ao término das atividades.
Os participantes da pesquisa foram unânimes em afirmar que as intervenções enxadrísticas favoreceram o desenvolvimento pessoal e/ou profissional e a capacidade de autoavaliação deles. A maior parte (67%) das pessoas notaram o aprimoramento das relações interpessoais e o desenvolvimento de aptidões, a citar o raciocínio, a criatividade, concentração e o pensar antes de agir. O indicador de participação nas decisões apresentou mudanças de comportamento em um número reduzido (22%) de funcionários, revelando a importância da construção de ações entre empresa e colaborador.
As intervenções enxadrísticas favoreceram relações interpessoais; elevaram o nível de participação nas decisões da empresa; contribuíram para o desenvolvimento pessoal e profissional; potencializaram habilidades criativas e; a autoavaliação dos funcionários. Recomenda-se a execução de estudos longitudinais que permitam avaliar os ganhos a médio e longo prazo. Além disto, a verificação de relação positiva entre o jogo de xadrez e os demais indicadores propostos por Westley (1979) contribuem para complementar o presente trabalho, bem como diferentes modelos teóricos podem ser investigados.
LIMA. R. R. M.; et al. A Contribuição de Atividades Lúdicas na Integração e Produtividade dos Colaboradores de uma Empresa Privada no Município de Campo Grande – MS. In: 25º Encontro Nacional de Recreação e Lazer, 213, Ouro Preto. Anais do Encontro Nacional de Recreação e Lazer. Ouro Preto: SESC, 2013, p. 1-6.
LUCKESI, C. C. Avaliação da Aprendizagem Escolar. Estudos e Proposições. 8ª ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 272.
WESTLEY, W. A. Problems and solutions in the quality of working life. Human Relations. v. 32, n. 2, p. 113-123, 1979.