Resumo

o engajamento no trabalho, sendo proposto por Bakker e Leitter (2010), como um fator positivo, relacionado ao bem-estar e/ou à satisfação e, caracterizado pelo elevado nível de energia e uma forte ligação com o próprio trabalho. Paralelamente, Schaufeli et.al. (2002) definem este mesmo tema como um estado mental positivo relacionado ao trabalho, caracterizado por vigor, dedicação e absorção. Evidenciam-se que profissionais engajados apresentam melhores resultados e desempenho, atuam com comprometimento e estão conectados com os objetivos da organização (SCHAUFELI; DIJKSTRA; VAZQUEZ, 2013).

Sabe-se, que por meio da realização dos cursos de pós-graduação os indivíduos têm a oportunidade de se atualizarem profissionalmente, expandir o rendimento salarial, estender seus contatos e aprimorar os conhecimentos adquiridos na graduação, além de atender as exigências do mercado de trabalho. Logo, a proposta desta pesquisa foi investigar e compreender as percepções de profissionais pós-graduandos sobre engajamento no trabalho, tendo por objetivo específico identificar as variáveis Vigor, Dedicação e Absorção.

O engajamento no trabalho apresenta muitas vantagens e benefícios para a organização e para o profissional, visto que, as boas emoções vivenciadas pelas pessoas no ambiente de trabalho funcionam como uma espiral positiva, que se mantém de forma contínua e crescente através do aumento de recursos (do trabalho e individuais), que em geral, conduz para a elevação do nível de engajamento, produzindo resultados efetivos e positivos, e consequentemente motivação e clima positivo na organização (SCHAUFELI; DIJKSTRA; VAZQUEZ 2013)

Esta pesquisa se caracteriza como descritiva e de natureza quantitativa, do tipo survey. Participaram da pesquisa 191 estudantes de pós-graduação de uma Instituição de Ensino Superior (IES), localizada na região central do estado do Rio Grande do Sul. O critério de inclusão para a participação destes estudantes, foi a existência de vínculo empregatício. A coleta dos dados compreendeu o período do mês de novembro de 2016. A amostragem foi probabilística, por conveniência. Foi utilizada a Escala Utrecht Work Engagement Scale (UWES) de Schaufeli e Bakker (2003).

O alfa de Cronbach geral da Escala de Engajamento no Trabalho foi de α=0,9365, o que significa um índice ótimo, representando a adequação da confiabilidade da escala utilizada. As médias encontradas nas dimensões Vigor, Dedicação e Absorção são consideradas altas em todas as dimensões, pois apresentaram valores entre 4,49 e 5,00, indicando que os estudantes de pós-graduação se sentem engajados, em média, frequentemente ou quase sempre.

A partir dos resultados pode-se perceber que estes profissionais se mostraram altamente engajados com o seu trabalho, devido as altas médias encontradas a partir da análise das dimensões. Isto pode estar relacionado com as características do perfil destes respondentes, pois a maioria são jovens, com idade entre 21 e 29 anos, são solteiros e possuem até um ano de tempo de serviço na empresa atual. Estas características podem contribuir para os sentimentos de engajamento no trabalho, pois estes estão no início da carreira na empresa, podendo encontrar-se mais motivados.

SCHAUFELI, W; DIJKSTRA, P; VAZQUEZ, A.C. O Engajamento no Trabalho. - São Paulo: Casa do Psicólogo, 2013. SIQUEIRA, M. M. M.; MARTINS, M. C. F.; ORENGO, V.; SOUZA, W. S. Engajamento no Trabalho.In SIQUEIRA, M. M. M., Novas Medidas do comportamento organizacional: Ferramentas de diagnóstico e de gestão. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 147-149. SILVA, T. C. Razões para a Transição Graduação/Pós-Graduação: um estudo com mestrandos de diferentes áreas. 201. Dissertação (Mestrado em Psicologia Organizacional e do Trabalho).Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis,SC. 2016.