Resumo

Título do Artigo

POR QUE AS PEQUENAS EMPRESAS NÃO INOVAM? Fatores relevantes da inovação em empresas participantes do programa Agentes Locais de Inovação em Rondônia (Amazônia, Brasil)
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Palavras Chave

Fatores da inovação.
Mapas cognitivos.
Pequenas empresas.

Área

Gestão da Inovação

Tema

Dimensões Humanas, Culturais e Sociais da Inovação

Autores

Nome
1 - Váldeson Amaro Lima
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL (USCS) - Programa de Pós-Graduação em Administração
2 - Carlos André da Silva Müller
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UNIR) - Mestrado em Administração

Reumo

Os estudos recentes da área de inovação têm se concentrado em apresentar os tipos de inovações realizadas, seus processos de desenvolvimento ou mecanismos de mensuração, mas têm negligenciado discutir os motivos que levam uma empresa a decidir ou não pelo desenvolvimento de atividades de inovação. Essa ausência de discussão é ainda mais evidente quando o locus de estudo é as micro e pequenas empresas, que têm recebido pouca atenção, apesar dos incentivos político-econômicos recebidos.
Este estudo levanta a questão de quais fatores da estrutura cognitiva influenciam o comportamento inovador de empreendedores de pequenos estabelecimentos, definindo como objetivo da pesquisa conhecer os fatores cognitivos mais relevantes que influenciam nas atividades de inovação de empreendedores de pequenas empresas participantes do programa ALI no estado de Rondônia (Amazônia, Brasil), identificando suas relações e sua disposição em um mapa cognitivo.
Este trabalho localiza-se em uma proposta interessante de discussão da inovação fundamentada como processo social baseado no aprendizado (Jensen et al., 2007), proporcionado pelas experiências (kolb, 1984) e o compartilhamento de significados oriundos delas, influenciados por, e, posteriormente, influenciando valores, crenças, regras e padrões sociais, focalizando os aspectos cognitivos da ação do indivíduo diante da decisão de inovar (Vermeulen et al., 2007; Tverski, 1993).
Como estratégia de investigação são adotados os procedimentos da metodologia de mapas cognitivos (Laukkanen, 2012), embasado em estudo de casos múltiplos (Yin, 2015) e utilização de análise de conteúdo (Bardin, 1977), buscando entender a dinâmica da inovação dentro do contexto do grupo, classificando-se a pesquisa como de natureza aplicada e abordagem qualitativa com fins descritivos (Creswell, 2013; 2010; Flick, 2009).
Os resultados apontam a existência de 14 fatores relevantes com influência sobre as empresas estudadas, indicando a orientação cognitiva das atividades de inovação pelo caráter da necessidade, com processos inovativos geridos por mecanismos de colaboração intraorganizacional. As distintas relações estabelecidas entre os fatores permitiram ainda a identificação de grupos distintos dentro do programa, diferenciados quanto à disposição para inovar e o desenvolvimento de níveis de aprendizado.
Os resultados sugerem a existência de um forte condicionamento cultural das MPEs participantes do programa quanto a paradigmas relacionados às dificuldades de inovar no Brasil, que não conseguiram ser rompidos durante o ciclo de acompanhamento do ALI. Contudo, os fatores não são capazes de explicar a aparente inércia das MPEs diante de medidas de estímulo a inovação, portanto, são oportunidades de pesquisas futuras que aprofundem a discussão sobre os modelos de programas learning by interacting.
Flick, U. (2009). Introdução à Pesquisa Qualitativa (3ª ed.). Porto Alegre: Artmed. Jensen, M. B., Johnson, B., Lorenz, N., & Lundvall, B.-Å. (2007). Forms of Knowledge and Modes of Innovation. Research Policy, 36(5), pp. 680-693. Kolb, D. (1984). Experiential Learning. Englewood Cliffs, New Jersey: Prentice Hall. Laukkanen, M. (1994). Comparative Causal Mapping of Organization Cognitions. Organization Science, 5(3), pp. 322-343. Bardin, L. (1977). Análise de Conteúdo. Persona.