Resumo

Título do Artigo

A identidade institucional da universidade federal brasileira: um estudo multicasos
Abrir Arquivo

Palavras Chave

Universidade
Identidade
Gestão

Área

Administração Pública

Tema

Gestão Organizacional: Governança, Planejamento, Recursos Humanos e Capacidades

Autores

Nome
1 - Angelo Brigato Ésther
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis - FACC
2 - Isabela Grossi Amaral
UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA (UFJF) - Faculdade de Administração e Ciências Contábeis

Reumo

Discutir a universidade envolve grande complexidade, à medida que guarda relação com diversas esferas da vida social, econômica e cultural, com os níveis local, regional e federal, bem como na dimensão internacional. Os resultados aqui apresentados constituem parte de uma pesquisa mais ampla, que envolve outros atores institucionais e de representação nos respectivos conselhos universitários, com evidencia na visão dos gestores universitários, ocupantes das funções de reitor e de pró-reitor.
Este artigo tem o objetivo de identificar como os gestores de universidades federais brasileiras a concebem, em termos de sua identidade e gestão, no que concerne a seu papel, autonomia, financiamento, liberdade acadêmica e papel do conselho superior, no que tange aos diversos interesses em jogo.
O referencial envolveu um breve resgate histórico acerca da universidade, desde quando foi concebida, como uma associação de indivíduos, corporações comunais até os dias de hoje, mostrando suas mudanças culturais, estruturais e educacionais. Foi realizada uma análise dos principais elementos acerca das concepções que a Universidade vem adotando atualmente, destacando o embate entre a perspectiva econômica e a do desenvolvimento humano.
A pesquisa realizada é fundamentalmente qualitativa, possuindo um caráter descritivo, mas não se limita a tal, buscando apoiar¬-se em conceitos e suposições (BRUYNE et al., 1991). A pesquisa foi realizada em quatro universidades localizadas em Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de São João del Rei (UFSJ).
Os resultados foram apresentados em sessões como 1. A universidade e seus papéis; 2. A tensão entre a autonomia universitária e as políticas e decisões governamentais; 3. Relação entre as tensões existentes e o financiamento institucional; 4. As tensões e conflitos quanto ao princípio da liberdade acadêmica; 5. A busca por um balanço entre as demandas e interesses internos e externos.
Chamamos atenção para o fato de que os reitores estão numa situação em que algumas políticas e práticas apresentados, como a autonomia e o financiamento, estão, aparentemente, à beira de sofrerem transformações significativas. O que nos parece mais relevante é ter em conta que as universidades não são, inerentemente, avessas às transformações, mas, que, ao contrário, são a seu favor, desde que elas possam ser analisadas, discutidas e negociadas, e não meramente impostas.
CHAUÍ, Marilena. Escritos sobre a universidade. São Paulo: Unesp, 2001. CUNHA, Luiz Antonio. O ensino superior no octênio FHC. Educ. Soc., Campinas, vol.24, n.82, p.37-61, abril, 2003. TORGAL, Luís Reis, ÉSTHER, Angelo Brigato. Que universidade? Interrogações sobre os caminhos da universidade em Portugal e no Brasil. Juiz de Fora: EDUFJF, Coimbra: Imprensa da Universidade de Coimbra, 2014. TORGAL, Luis Reis. A universidade e as condições da imaginação. Cadernos do CEIS20, n.9. Coimbra, 2008a.