Resumo

A Agência de Inovação da UFSCar – AIn é responsável por criar os laços universidade-empresas e sensibilizar a comunidade acadêmica sobre a importância da inovação. Houve na Agência de Inovação uma reestruturação da área de Transferência de Tecnologia para que o pesquisador entenda a importância e vantagem de transferir a tecnologia. Nesse contexto, o artigo analisa o processo de licenciamento realizado em 2014 e outros dois licenciamentos em 2015, para spin-offs criadas dentro da UFSCar.

Este artigo responde a questão de pesquisa: quais as barreiras enfrentadas ao longo do processo de transferência de tecnologia via spin-off? Consequentemente, o objetivo deste artigo é analisar os processos de transferência de tecnologia na Agência de Inovação da UFSCar por meio da criação das spin-offs citadas, identificando suas barreiras e apresentando pontos de melhoria.

A cooperação universidade-empresa é um conceito inicialmente apresentado por Sábato e Botana (1968) para o envolvimento científico e tecnológico entre essas instituições. Nem sempre é interessante para as organizações desenvolver sua própria tecnologia, tornando-se necessária sua aquisição. Uma das formas de aquisição é através do licenciamento. Os licenciamentos das patentes são explorados através de três spin-offs acadêmicas, que para Shane (2004) são as empresas que nascem na universidade.

O método utilizado foi o estudo de caso. A pesquisa é do tipo qualitativa, pois produz informações mais aprofundadas e ilustrativas. O instrumento de coleta de dados foi a entrevista semi-estruturada, sendo possível reunir informações sobre os processos de criação de spin-offs realizados dentro da UFSCar em 2014 e em 2011. Para isso, foram entrevistados representantes da Agência de Inovação da UFSCar e os responsáveis pelas spin-offs Alfa, Beta e Gama, totalizando cinco entrevistas.

As informações coletadas pelas entrevistas indicaram que o processo de Transferência de Tecnologia dentro da AIn - UFSCar é seguido dos seguintes passos: criação da tecnologia, processo de patenteamento, motivação para a criação da spin-off e licenciamento. Barreiras e pontos de melhoria foram pontuados pelos representantes de cada spin-off, sendo possível identificar pontos de paridade entre as opiniões.

Das barreiras identificadas pelas spin-offs, constata-se que algumas não podem ser consideradas como de responsabilidade da AIn, pois outros fatores influenciam na criação de spin-offs na Universidade. Das melhorias apresentadas, algumas propostas já foram colocadas em prática e outras serão desempenhadas a longo prazo. Assim, as novas estratégias são de longo prazo, fazendo com que seja necessário que a própria gestão que regem os objetivos da UFSCar como um todo esteja alinhado a visão da AIn.

SÁBATO, J.; BOTANA, N. La ciencia y La tecnologia em El desarrollo futuro de América Latina. Revista de La Integración, v. 1, n. 3, p. 15-36, 1968. SHANE, S. Academic entrepreneurship: university spinoffs and wealth creation. Cheltenham: Elgar, 2004. TORKOMIAN, A. L. V. Políticas de Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia, Estruturação, Desenvolvimento e Consolidação de Escritórios de Transferência de Tecnologia. Seminário ETT/PUCRS. Porto Alegre, 2 de setembro de 2015.