Resumo

Título do Artigo

A POPULAÇÃO É FELIZ? MELHOR PERGUNTAR LÁ NA PREFEITURA
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Palavras Chave

FELICIDADE
FIB
GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL

Área

Administração Pública

Tema

Atendimento ao Cidadão e Prestação de Serviços

Autores

Nome
1 - CASSIANO DE ANDRADE FERREIRA
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Lavras-MG
2 - Ana Alice Vilas Boas
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
3 - Patrícia Aparecida Ferreira
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia
4 - Rodrigo Marçal Gandia
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - PPGA
5 - Eduardo Gomes Carvalho
CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE MINAS GERAIS (CEFET/MG) - Varginha

Reumo

O estudo buscou conhecer a origem e os fundamentos do indicador de Felicidade Interna Bruta, o FIB. O FIB é um indicador social e sistêmico que surgiu na década de 1970, no Reino do Butão. Seu idealizador acreditava que indicadores estritamente econômicos eram muito rasos para medir o crescimento e o desenvolvimento de um país. A pesquisa foi realizada em Lavras-MG, cidade reconhecida por seus centros universitários. Sua população urbana gira em torno de 92 mil habitantes (CENSO, 2010).
Qual a percepção da gestão pública de Lavras sobre o nível de felicidade de sua população? Pretende-se verificar a percepção dos gestores públicos quanto ao nível de felicidade dos lavrenses e quanto à influência da gestão pública na felicidade da população; identificar as diretrizes e ações da gestão pública nos focos de insatisfação popular, uma vez que elas podem atenuar o nível de felicidade; e verificar as atividades realizadas pela gestão municipal que possuem relação com o FIB.
Um dos maiores desafios da administração pública municipal contemporânea é promover o desenvolvimento econômico sem comprometer o aspecto social e sustentável. As formas de se relacionar com a sociedade frente ao cenário de mudanças constantes exige a revisão dos modelos de gestão e tato para lidar com a sociedade na prática da governança (KANUFRE e REZENDE, 2012). Neste cenário o FIB ganha forças por ser um indicador social e sistêmico, muito mais abrangente que o PIB ou IDH (SILVA, 2012).
A presente pesquisa foi caracterizada como qualitativa e descritiva. Escolheu-se utilizar a entrevista semiestruturada na coleta de dados porque ela traz questões abertas, mas que seguem uma organização temática, sequencial e permite que os entrevistados exponham seus argumentos ou pontos de vista sobre uma realidade ou fenômeno social (SILVA, GOBBI e SIMÃO, 2005). As entrevistas foram gravadas e transcritas. Para análise das respostas utilizou-se a técnica conhecida como análise de conteúdo.
Apenas 1, dos 12, respondentes afirmou conhecer o FIB e falou com firmeza sobre as suas diretrizes e os valores praticados pelo país que o idealizou. Apenas 2 respondentes disseram acreditar que o índice de felicidade dos lavrenses é baixo, enquanto 6 entrevistados disseram que ele é bom ou alto e 4 ficaram indecisos. Os entrevistados que acreditam que o nível de felicidade dos lavrenses é ruim ou mediano atribuíram isso a crise econômica e política pela qual o país está passando e a corrupção.
Apesar do caráter social que o FIB traz consigo, deve-se reconhecer que a sua implantação como um indicador socioeconômico ainda é algo muito distante da realidade das cidades brasileiras. As diferenças culturais, econômicas, o cenário público, político e social são evidentes. Os principais fatores geradores de insatisfação popular com relação à administração pública de Lavras estão na má gestão dos recursos públicos, falta de compromisso, ética e integridade dos gestores.
FARIS, C. B. Information and Communications Technology and Gross National Happiness–Who Serves Whom?. Gross National Happiness and Development, The Centre for Bhutan Studies, Bhutan, p. 140-173, 2004. FERREIRA, C. de A. et al. A Contribuição da Gestão Social para a Felicidade Interna Bruta (FIB). in Anais do XVI ALTEC - Congresso Latino-Íberoamericano de Gestão da Tecnologia, Porto Alegre, Brasil. 2015.