Resumo

Atualmente existem pressões sociais sobre os atuais modelos de gestão, para que as organizações assumam comportamentos mais éticos e responsáveis em questões sociais, ambientais e econômicos. Diante disso, há uma crescente busca da institucionalização da sustentabilidade pelas universidades públicas, bem como um direcionamento para que sejam desenvolvidas competências que subsidiem o seu alcance.

Este estudo tem como problema de pesquisa: qual o nível de institucionalização da sustentabilidade e das competências para sustentabilidade em uma instituição pública de ensino superior do interior do Paraná? Seu objetivo geral: identificar as competências para a sustentabilidade e seu nível de institucionalização na perspectiva dos docentes do Setor de Ciências Sociais Aplicadas (SESA) da UNICENTRO.

As universidades brasileiras estão se adequando as pressões sociais e por meio da institucionalização procuram vincular o desenvolvimento sustentável ao seu contexto. Esse movimento somente acontecerá se contar com as competências humanas adequadas para promovê-las. Cabe aos indivíduos, através de seus conhecimentos, habilidades e atitudes, realizar práticas que contemplem um equilíbrio das questões sociais, ambientais e econômicas, melhorando a credibilidade e reputação da organização.

A pesquisa possui abordagem quantitativa e survey. Para a coleta de dados foi utilizado um instrumento de Stefano e Alberton (2015) para identificar as competências para sustentabilidade (foco em pensamento sistêmico; preventiva; normativa; estratégica interpessoais), e questões sobre o nível de institucionalização (habitualização, objetificação e sedimentação), do modelo de Tolbert e Zucker (1999). Foram realizadas Análise Fatorial Exploratória, Alfa de Cronbach e Análise de Cluster.

Os resultados evidenciam que aproximadamente 70% dos respondentes considera a existência de competências para sustentabilidade na UNICENTRO, porém, a institucionalização da temática sustentabilidade está no nível de habitualização. Isto indica que o nível de institucionalização ainda é baixo, considerando a amostra e o setor pesquisado. Acredita-se que a institucionalização destas práticas seja imprescindível para as organizações que almejam manter-se alinhadas as novas demandas sociais.

Esta pesquisa contribuiu com o entendimento sobre as competências para a sustentabilidade, bem como da institucionalização destes novos valores, especialmente nas universidades públicas, que buscam educar as futuras gerações para tomar decisões, podendo ser promotoras de um futuro mais sustentável. Espera-se estimular a realização de mais estudos sobre os temas levantados, permitindo que a sociedade repense suas ações, propiciando melhores padrões de qualidade de vida e preservação do planeta.

STEFANO, S. R.; ALBERTON, A. Competências para sustentabilidade e governança nas cooperativas agroindustriais: uma proposta de análise. In: Anais… XXXIX EnANPAD, 2015, Belo Horizonte, 2015, v. 1, p. 1-16. TOLBERT, P. S.; ZUCKER, L. G. A institucionalização da teoria institucional. In: Clegg, S.; Hardy, C.; Nord, W. R. (Org.). Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas, 1999, v. 1.