Resumo

Título do Artigo

O Entendimento e as Experiências da Autodeclaração de Raça: Um Estudo Exploratório Com Profissionais Negros
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Palavras Chave

Raça
Autodeclaração
Negros e Pardos

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Genero, Diversidade e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Thayz Querino dos Santos Sanz
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis
2 - Juliana Vieira Pereira de Oliveira
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis
3 - Marisa Rocha Silva
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis
4 - Veronica Silva pontes
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis
5 - Jamille Barbosa Cavalcanti Pereira
UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE (MACKENZIE) - Higienopolis

Reumo

O presente trabalho objetivou investigar o entendimento e as experiências dos profissionais que se autodeclaram negros no contexto organizacional. Para tanto, foi realizada uma pesquisa qualitativa e exploratória com 20 profissionais negros. A análise de conteúdo foi o procedimento adotado para a coleta de dados. Os resultados apresentam dados sobre a autodeclaração de raça, sobre o que significa ser negro e ser pardo e abre uma discussão sobre a atuação do Estado e da iniciativa privada no sentido de coibir comportamentos que denotem a diminuição do negro na sociedade.
Este trabalho teve objetivo geral responder a seguinte pergunta: qual o entendimento e as experiências de autodeclaração de raça por parte de profissionais negros? Por objetivos secundários buscou-se: a) compreender o entendimento de raça dos entrevistados segundo a classificação de raça do IBGE; b) identificar os principais critérios para a definição da raça negra; c) verificar se os entrevistados distinguem o ser negro ou ser pardo e d) conhecer as experiências da autodeclaração de ser negro nas relações sociais e de trabalho
Este trabalho tem por fundamentação teórica as abordagens com base em quatro grandes temas: 1º - A Identificação de raça no Brasil, com base nos estudos de Osório(2003); Azevedo (2015);Munanga(2005); 2º - A classificação de raça e o embranquecimento social no Brasil com base em: Figueiredo (1998); Nucci (2003), Munanga (2005); Hofbauer (2000), Soares (2004); 3º A população negra no Brasil: o preto e o pardo com base nas referências de Freitas (2009); Osório (2013); Munanga (2005); e 4º a Autodeclaração de Raça com base no estudos de Lima (2008), Coelho Junior (2011), Osório (2013).
Para atender aos objetivos deste trabalho foram realizadas entrevistas sob o método qualitativo. As análises de dados foram realizadas com base na análise de conteúdo (BARDIN,1977). Os dados foram coletados por meio de entrevistas realizadas com vinte indivíduos. O critério para escolha dos entrevistados foi o de acessibilidade. Os sujeitos de pesquisa eram indivíduos com vínculo empregatício e que se autodeclaravam pardos ou negros O tempo médio de duração das entrevistas foi de quarenta e cinco minutos. Foi realizado um roteiro com perguntas semiestruturadas
A pesquisa relatada neste trabalho ao atingir os objetivos propostos trouxe à tona alguns dados que não são totalmente novos, nem totalmente desconhecidos, embora sejam muitas vezes encobertos, tais como a existência do preconceito e da negação do negro em relação à própria identidade. No entanto, dados desta mesma pesquisa revelam um fato que é muito importante em meio a tantos outros, trata-se do conforto, da segurança e do apoio que os entrevistados relataram sobre a existência da lei contra o racismo. Este dado se torna central nas considerações finais deste trabalho.
A principal contribuição deste estudo está na possibilidade de expandir as discussões relacionadas à autodeclaração, no sentido de que a escolha do indivíduo seja pautada em suas próprias decisões, mas também alertar para a necessidade de uma atuação do Estado e da iniciativa privada no sentido de coibir e controlar comportamentos que denotem a diminuição do valor social do negro ou de qualquer outro grupo social preterido na sociedade. Sugere-se que estudos futuros sejam feitos para investigar melhor os mecanismos existentes na sociedade e suas instituições que possam focar este fim.
FIGUEIREDO, Angela. Fora do jogo: a experiência dos negros na classe média brasileira. Cad. Pagu, Campinas , n. 23, p. 199-228, Dec. 2004 . HOFBAUER, Andreas ; Ideologia do branqueamento - racismo à brasileira?. In: VI Congresso Luso-Afro-Brasileiro, 2000, Porto. Actas do VI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais. Porto, 2000. v. II. p. 7-12. HASENBALG, C.A.; MUNANGA, K.; SCHWZRCZ, L.M.: Racismo: Perspectivas para um estudo contextualizado da sociedade Brasileira. Rio de Janeiro, EDUFF, 1998,. MUNANGA, K. Algumas consideracões sobre “raça”, ação afirmativa e identidade negra