Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DAS REDES DE PODER EM EMPREENDIMENTOS SOLIDÁRIOS DE RECICLAGEM DE RESÍDUOS SÓLIDOS
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Palavras Chave

Redes Sociais
Poder
Cooperativas de Resíduos Sólidos

Área

Gestão da Inovação

Tema

Redes, Cooperação Tecnológica e Inovação Aberta

Autores

Nome
1 - Douglas Murilo Siqueira
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP) - Escola de Gestao e Direito
2 - Benny Kramer Costa
UNIVERSIDADE NOVE DE JULHO (UNINOVE) - MESTRADO PROFISSIONAL EM ADMINISTRAÇÃO GESTÃO DO ESPORTE
3 - Almir Martins Vieira
UNIVERSIDADE METODISTA DE SÃO PAULO (UMESP) - PPGA

Reumo

Ao considerar que a economia solidária pode ser uma alternativa para a geração de trabalho e renda para as pessoas em vulnerabilidade social, principalmente em momentos de crise econômica e, que a cooperativa é a unidade representativa deste modelo de produção, pautado na autogestão, este estudo busca ampliar a pesquisas empírica com viés organizacional sobre este fenômeno, a fim de contribuir para a melhoria da gestão dos empreendimentos. A escolha das cooperativas de coleta de resíduos sólidos ser o objeto de estudo, está vinculada ao fato da importância deles na sustentabilidade ambiental
Ao contrário da economia de mercado, os empreendimentos considerados solidários não tem na sustentabilidade econômica e retorno financeiro seu principal objetivo. Para França-Filho (2012), a dimensão política é definida como sendo a capacidade do empreendimento em se organizar para a autogestão, com poder decisório coletivo. Com base neste conceito, este trabalho tem como objetivo analisar a rede das relações de poder em empreendimentos solidários em seis cooperativas de coleta e reciclagem de resíduos sólidos.
Para fundamentar o poder, o estudo teve como alicerce os trabalhos de Mintzberg (1983), Paz (1997, 2001, 2004) e Gosendo (2009). A fundamentação do economia solidária foi pautada em Singer (2010), Culti (2006 e 2010) e França-Filho (2012). Para sustentar a análise das redes sociais (Social Network Analysis) foram utilizados como base Marteleto (2001), Wassermarn, Faust (1994), Nelson (2011), Krackhardt (1994).
O estudo foi considerado exploratório com uma abordagem quali-quantitativa, conduzido pela estratégia de estudo de caso múltiplo (YIN, 2006) em cinco cooperativas de coleta e separação de materiais recicláveis do grande ABC paulista e uma da cidade de Cotia (SP). Para a construção e análise das redes, utilizou-se do software Ucinet 6.0. Para obtenção de dados passíveis de análise qualitativa, foram realizadas entrevistas com cooperados e gestores, de modo a angariar evidências que pudessem corroborar com a análise das redes.
Os resultados apontam para um poder geralmente centralizado no gestor principal (presidente da cooperativa), revelado de forma centralizada em quatro das seis cooperativas, sendo que somente duas estavam aderentes a um modelo de gestão participativa, todavia, destas duas, somente uma se destacou por seus resultados econômicos, diferenciando-se das demais pelas habilidades gerenciais de sua presidente e da origem deste empreendimento, pautado na ideologia de sua presidente e não pela necessidade do aumento da renda ou de uma política pública.
A investigação demonstrou que a dimensão política proposta por França-Filho (2012), pautada na capacidade do empreendimento se organizar em torno da autogestão, portanto, com um poder descentralizado e com decisões colegiadas a partir de assembleias, foi identificada somente em dois empreendimentos, todavia o empreendimento que apresentou o poder vinculado a capacidade gerencial de sua presidente, gerando os melhores resultados operacionais, foi o que se sobressaiu em relação ao empreendimento que mostrou a autogestão pautada nas relações de amizade devido a longevidade dos cooperados na org.
FRANÇA-FILHO, G.C. Indicadores para a sustentabilidade em Economia Solidária: uma questão de utilidade social. In: KRAYCHETE, G; CARVALHO, P. Economia popular solidária: indicadores para a sustentabilidade. Porto Alegre: Tomo, 2012. MARTELETO, R. M. Análise de redes sociais: aplicação nos estudos de transferência da informação. Ciência da informação, Brasília, v. 30, n. 1, p. 71-81, jan./abr. 2001. MINTZBERG, H. Power in and Around Organizations. Prentice-Hall, INC., Englewood Cliffs, N.J., 1983.