Resumo

Título do Artigo

CAPITAL CULTURAL E VIAGENS INTERNACIONAIS DA CLASSE MÉDIA BRASILEIRA
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Palavras Chave

Capital cultural
Consumo de status
Viagens internacionais

Área

Turismo e Hospitalidade

Tema

Planejamento e Gestão em Turismo

Autores

Nome
1 - Custódio Genésio da Costa Filho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA (UFV) - Florestal
2 - Renato Borges Fernandes
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS (UNIPAM) - Pró-Reitoria de Planejamento, Administração e Finanças
3 - Ronaldo Pereira Caixeta
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE PATOS DE MINAS (UNIPAM) - Comissão Permanente de Avaliação - CPA
4 - Daniel Carvalho de Rezende
UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS (UFLA) - Departamento de Administração e Economia

Reumo

o consumo de viagens internacionais parece constituir um importante locus de consumo de status, principalmente considerando-se os argumentos de Rocha (2014), ao relatar que houve considerável aumento do consumo brasileiro de viagens impulsionado pela classe média e de Holt (1998), para o qual, ainda que o consumo de turismo tenha se tornado mais popular, ainda persiste a distinção de classe, pois ela está presente na escolha da atividade turística e na forma de usufrui-la, ou seja, todos viajam, mas de formas diferentes.
Diante da importância da classe média brasileira e da relevância de consumo de status de viagens internacionais, coloca-se a seguinte questão: de que modo as diferenças de capital cultural da classe média brasileira influenciam o comportamento de consumo de viagens internacionais? Baseado nesta questão, este trabalho teve como objetivo analisar a influência do capital cultural sobre o comportamento de consumo de status no contexto de viagens internacionais da classe média brasileira.
Segundo Ponte e Mattoso (2013, p. 30), “vivemos em mundo em que o indivíduo está imerso no universo do consumo e sendo bombardeado constantemente por estímulos como a propaganda e a moda” e, para Holt (1998), as sociedades segregam não apenas na posição econômica, mas também em critérios como a moral, a cultura e o estilo de vida, os quais são sustentados quando as pessoas interagem com seus pares sociais. Portanto, historicamente, o consumo serviu para a reprodução das fronteiras de classes sociais de inúmeras formas.
Esta pesquisa qualitativa e descritiva foi realizada via dois grupos de foco e dezoito entrevistas individuais semiestruturadas com integrantes da classe média e, para a análise dos dados, utilizou-se a técnica de análise de conteúdo. A unidade de análise foi a classe média da região metropolitana de Belo Horizonte, MG. Os sujeitos da pesquisa foram homens da classe B (classe média), com idades entre 25 e 45 anos. Subdivididos entre alto e baixo capital cultural.
Após a análise de diversos itens de consumo de status, esta pesquisa concluiu que as diferenças entre os diferentes níveis de capital cultural se processam nitidamente em viagens internacionais, desde o interesse e planejamento da viagem, até a interação com os nativos, passando pela distinção na escolha dos destinos e na programação das viagens. Simplificadamente, o domínio de outro idioma se inicia e a adesão aos pacotes turísticos levam a diferenças de comportamento de consumo em viagens internacionais.
Pessoas BCC interagem superficialmente com os nativos, estão mais preocupadas em registrar os locais afamados e em realizar as suas compras de produtos consagrados e de marcas. Assim, por status, pessoas de ACC, com um perfil mais intelectual, buscam ampliar o seu repertório e a sua distinção cultural, e pessoas de BCC, mais materialistas, procuram consumir itens (produtos e lugares) que demonstrem seu capital pecuniário.
BENNETT, T. et al. Class, culture, distinction. London: Routledge, 2009. 336 p. BERGER, J.; WARD, M. Subtle signals of inconspicuous consumption. Journal of Consumer Research, Gainesville, v. 37, n. 4, p. 555-569, 2010. BOURDIEU, P. A distinção: crítica social do julgamento. Porto Alegre: Zouk, 2011. 560 p. USTUNER, T.; HOLT, D. B. Toward a theory of status consumption in less industrialized countries. Journal of Consumer Research, Gainesville, v. 37, p. 37-56, June 2010.