Resumo

Título do Artigo

A PARTICIPAÇÃO DO GOVERNO INFLUENCIA NEGATIVAMENTE O RETORNO DAS AÇÕES? UM ESTUDO DE EVENTO DO ESCÂNDALO DA “LAVA JATO” NO BRASIL
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Palavras Chave

“Lava Jato”
Governo
Governança Corporativa

Área

Finanças

Tema

Governança, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Berenice Righi Damke
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Monte Alegre
2 - Andre Nardy
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - FEA
3 - Bianca Piloto Sincerre
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - Monte Alegre
4 - JOSÉ ODÁLIO DOS SANTOS
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO PAULO (PUCSP) - FEA ADMINISTRAÇÃO

Reumo

O estudo busca avaliar o impacto de dois movimentos socioeconômicos relevantes para o mercado acionário brasileiro: i) o crescente papel do estado nas empresas de capital aberto e ii) os padrões de governança corporativa, e se estes alteram a percepção dos investidores, segundo o conceito de Merton (1987) e Barberis e Shleifer (2003). Desenvolve-se análise a partir de estudo de evento, compreendendo as maiores empresas brasileiras com participação do Governo (maior do que 5%), baseado do item 15 (Controle) do Formulário de Referência, e pertencentes ao índice MLCX da BM&FBovespa.
O problema de pesquisa é “A Participação do Governo Influencia Negativamente o Retorno Das Ações?”. A compreende 25 empresas que pertencem ao Índice MLCX da BM&FBovespa e tem ao menos 5% de participação do Governo, conforme item 15 do Formulário de Referência.
Fontes, Filho e Picolin (2008) e Esfahani e Ardakani (2002) sobre o papel do Estado, tanto do seu tamanho e forma de atuação e a melhor configuração. Shleifer e Vishny (1997), “a governança corporativa trata das maneiras pelas quais os fornecedores de recursos às corporações se asseguram que irão obter retorno de seus investimentos”. Mackinlay (1997) e Kothari e Warner (2004) sobre estudos de evento.
Estudo de Evento, seguindo Mackinlay (1997). Estudos de Eventos examinam o comportamento das ações da firma em função de eventos específicos, para verificar se tais eventos trouxeram performance anormal (KOTHARI e WARNER, 2004). Foram analisadas três datas relevantes para operação Lava Jato e ligadas a questões de governança corporativa: 17/março/2014 (deflagração da operação), 11/abril/2014 (execução pela Polícia Federal de mandato de busca e apreensão na sede da Petrobras), 29/dezembro/2014 (anúncio do adiamento da divulgação das DFs do 3º Trimestre/14 da Petrobras).
Evento 1: 17 de março de 2014; Evento 2: 11 de abril de 2014; e Evento 3: 29 de dezembro de 2014. Nos três foram utilizados o Ibovespa e o IBRX como retorno de mercado. Para 17 de março de 2014, obteve-se 25 papéis elegíveis. Os resultados indicaram retornos anormais em d-3, d-2 e d-1, porém positivos, e não negativos, como seria de se esperar caso os investidores tivessem percepção negativa (de má governança) sobre a deflagração da operação “Lava Jato” e seus resultados imediatos no dia, já que os eventos ocorreram antes da abertura do pregão da bolsa. Evento 2: 11 empresas (insuficiente).
A análise dos retornos anormais nas janelas destes três eventos trouxeram resultados que não confirmaram a hipótese central, de que a presença estatal piora e “contamina” a percepção do investidor, estendendo-se a outras empresas com participação governamental além da Petrobrás. Pelo contrário, para algumas datas, encontrou-se retorno anormal positivo. Indubitavelmente, este estudo é relevante e atual para o contexto brasileiro e internacional, uma vez que o escândalo da “Lava Jato” e os eventos envolvendo a Petrobras tornaram-se conhecidos pelos investidores e legisladores ao redor do mundo.
BARBERIS, N.; SHLEIFER, A. (2003); BARBERIS, N.; SHLEIFER, A.; WURGLER, J. (2005); ESFAHANI, H. S.; ARDAKANI, A. T. (2002); FONTES FILHO, J. R.; PICOLIN, L. M. (2008); JENSEN, M.; MECKLING, W. (1976); KOTHARI, S. P. (2004); LA PORTA, R.; LOPEZ-DE-SILANES, F.; SHLEIFER, A.; VISHNY, R. W. (1997); MACKINLAY, C. (1997); MERTON, R. C. (1987); MODIGLIANI, F.; MILLER, M. (1958); MOREY, M.; GOTTESMAN, A.; BAKER E.; GODRIDGE, B. (2009); MUSACCHIO, A.; LAZZARINI, S. G. (2012); RYAN, C (2000); SANTOS, J. O. dos; FAMÁ, R.; MUSSA, A. (2012); SHLEIFER, A., VISHNY, R. (1997).