Resumo

Título do Artigo

O Discurso da Secretaria de Economia Criativa: uma Reflexão à Luz do Conceito de “Brisuras” em Derrida
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Palavras Chave

Brisuras
Derrida
Economia Criativa

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Simbolismos, Culturas e Identidades Organizacionais

Autores

Nome
1 - Kelly Maria Paz e Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Campus Recife
2 - Lorenna Karolly Santos da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Programa de Pós-Graduação em Administração - PROPAD/UFPE
3 - Manuella Maria de Lyra Alcântara Carvalho
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - PROPAD

Reumo

O pós-estruturalismo é um movimento adequado às demandas contemporâneas e, pode também ser uma forma de “desconstruir” posicionamentos hegemônicos. Dentro desses discursos hegemônicos podem existir lacunas ou espaços (“brisuras”, em Jacques Derrida), que comprometam a segurança textual. A partir dessas considerações, o presente estudo se debruça no desvendar de “brisuras” presentes no “Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011 - 2014”.
Analisar o discurso da Secretaria da Economia Criativa do Ministério da Cultura, através do Plano 2011 a 2014, à luz do conceito de brisuras de Derrida.
Williams (2012, p. 47) considera que: “o pós-estruturalismo deve ser pensado como desconstrução”. Na obra Gramatologia, Derrida realiza a desconstrução da fenomenologia de Husserl. Além disso, ele apresenta a ideia de “brisura” e diz que ela é o resultado da busca de uma palavra que representa, ao mesmo tempo, diferença e articulação.
O estudo assume uma posição crítica de corrente pós-estruturalista, com abordagem qualitativa e paradigma interpretativista. Utilizou-se o método de estudo de caso e o corpus do estudo foi elaborado com base em informações secundárias, presentes essencialmente no Plano da Secretaria de Economia Criativa. E, o estudo se destina a problematizar este Plano, descontruindo discursos e assumindo um posicionamento reflexivo e por conseguinte crítico.
Durante a reflexão do discurso, percebeu-se que grande parte dele possuía alguma lacuna ou espaço (“brisura”), que remetia a uma ideologia mercadológica ou econômica, ou seja, o discurso era marcado por um reducionismo econômico. Como também foi identificada uma “brisura” que remetia a uma ideologia empresarial. E, uma possível “brisura” em relação a sustentabilidade.
Pode-se perceber que, dentro de um mesmo Ministério, há vários discursos, tantas vezes harmoniosos, outras vezes incompatíveis. Nesse caso, as “brisuras” identificadas no discurso da Secretaria da Economia Criativa ressaltam uma desconexão com a ideologia do Ministério da Cultura, o que pode sinalizar futuras inconsistências nas ações.
DERRIDA, J. Gramatologia. São Paulo: Perspectiva, 1973. MINISTÉRIO DA CULTURA. Plano da Secretaria da Economia Criativa: políticas, diretrizes e ações, 2011 – 2014. Brasília: Ministério da Cultura, 2012 WILLIAMS, J. Pós-Estruturalismo. Petrópolis: Vozes, 2012.