Resumo

Título do Artigo

Educação Financeira de Servidores Públicos: Hábitos de Consumo, Investimento e Percepção de Risco
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Palavras Chave

Educação Financeira
Endividamento
Percepção de Risco

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Propriedade e Reestruturações

Autores

Nome
1 - Jucyara Gomes da Silva
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO (UFPE) - Recife
2 - Odilon Saturnino
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB) - Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios - UAG
3 - Rebeca Cordeiro da Cunha Araújo
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA PARAÍBA (IFPB) - Unidade Acadêmica de Gestão e Negócios

Reumo

Diante das inúmeras alternativas que podem levar ao endividamento de servidores públicos, bem como a importância destes para a organização e para a sociedade de forma geral, se faz necessário entender aspectos relacionados à educação financeira destes, sobretudo no que diz respeito aos seus hábitos de consumo, investimento e percepção de risco. Dessa forma, ressalta-se também a importância de estar atento aos níveis de endividamento da sociedade bem como identificar quais fatores contribuem para tal fato.
O problema de pesquisa foi: Qual a relação entre a educação financeira e os hábitos de consumo, investimento e percepção de risco de servidores públicos federais? O Objetivo geral consistiu em relacionar a educação financeira com os hábitos de consumo, investimento e a percepção de risco de servidores públicos da Justiça Federal na Paraíba. Buscou-se descrever o perfil socioeconômico da amostra, assim como caracterizar o nível de endividamento dos pesquisados a partir de seus hábitos de consumo, investimento e percepção de risco, relacionando-os aos seus níveis de educação financeira.
O endividamento consiste na utilização por um indivíduo de recursos de terceiros para fins de consumo e, ao se apossar desse recurso, estabelece um compromisso em devolver, na data estabelecida, tal montante, normalmente acrescido de juros e correção monetária (MARQUES; FRADE, 2003). É cada vez mais corrente a aceitação social da inadimplência como uma espécie de fato da vida, pois se antes causava vergonha e angústia à maioria das pessoas, hoje podemos encontrar até mesmo a situação oposta, pessoas que chegam a se vangloriar do alto volume de dívidas como um tipo de troféu (FERREIRA, 2008).
A população desta pesquisa compreendeu todos os servidores da Seção Judiciária da Justiça Federal na Paraíba, situada na capital do Estado, que totalizam 244 indivíduos. A amostra não probabilística, escolhida através do critério de acessibilidade, foi composta por 42 respondentes, o que representa 28,19% do universo. O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário estruturado. Após coletados, os dados foram organizados e analisados no SPSS 18.0. Os gráficos e tabelas, por sua vez, foram gerados com o auxílio do Microsoft Excel 2007. O teste aplicado foi análise fatorial.
Com relação ao nível de Educação Financeira, verificou-se que a maioria (41%) possui um baixo nível de educação financeira. E apenas 19% estão classificados no grupo com alto nível. A partir da Análise Fatorial, verificou-se que as mulheres apresentam um maior controle financeiro em relação aos homens assim como menores gastos. Com relação aos gastos, verificou-se correlação negativa entre os entrevistados que possuem o ensino médio completo e a correlação positiva entre os que possuem a pós-graduação completa. Entre os que possuem renda mais elevada, é maior a relação com investimentos.
Este estudo caracterizou o nível de educação financeira dos servidores e verificou que os mesmos apresentam um baixo nível de conhecimento no que diz respeito as finanças. Este baixo nível de educação financeira corrobora a dificuldade em perceber os riscos nas decisões financeiras assim como em levantar os custos inerentes às operações financeiras de compra de algum produto. O perfil mais conservador, no tocante as decisões de investimento, corrobora a escolha pelo emprego no serviço público devido a estabilidade e remuneração. Os gastos, por outro, estão relacionados à idade e ao gênero.
CHEN, H. VOLPE, R. P. An analysis of personal financial literacy among college students. Financial Services Review, v. 7, n. 2, p. 107-128, 1998. FERREIRA, V. R. M. Psicologia Econômica: estudo do comportamento econômico e da tomada de decisão. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. MARQUES, M. L. M.; FRADE, C. Regular o sobreendividamento. Centro de Estudos Sociais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, 2003. KAHNEMAN, D.; TVERSKY, A. Prospect Theory: an analysis of decision under risk. Econometrica, New York, v. 47, n. 2, p. 263-292, Mar. 1979.