Resumo

Título do Artigo

Geração e Distribuição de Valor Adicionado de Empresas de Controle Estatal e Privado do Setor Elétrico Brasileiro
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Palavras Chave

Demonstração do Valor Adicionado
Controle Estatal e Privado
Potencial de Geração e Distribuição de Riquezas

Área

Gestão Socioambiental

Tema

Desempenho Social Corporativo (CSP)

Autores

Nome
1 - Felipe Rodrigues Cruz
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPCON
2 - Nathan Vasconcellos de Almeida Rezende Machado
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPCON
3 - jacqueline veneroso alves da cunha
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - Faculdade de Ciências Econômicas

Reumo

Os processos de privatização das últimas quatro décadas reduziram o papel das empresas estatais na vida de grande parte das nações (Megginson e Netter, 2001). Particular interesse foi depositado na Demonstração de Valor Adicionado (DVA) para a comparação entre empresas estatais e privadas (Santos et al., 2007; Chan et al., 2007; Machado et al., 2009). Porém, os trabalhos não levam em consideração o montante de ativos das empresas analisadas, o que pode impactar a análise.
Considerando a capacidade de utilização de seus ativos, como as empresas brasileiras de controle privado e estatal do setor elétrico se diferenciam em termos de geração e distribuição de valor adicionado? Objetivou-se comparar as empresas do setor elétrico de controle privado e estatal quanto à sua capacidade de empregar recursos na geração de valor adicionado e em sua distribuição a integrantes da sociedade. Foram propostos indicadores que relacionam dados da DVA e os ativos das empresas.
Foram expostos diversos trabalhos que utilizam a Teoria da Agência para explicar as diferenças entre empresas estatais e privadas (Pinheiro, 1996; Shleifer, 1998; Megginson & Netter, 2001; Barros & Lucena, 2005; Chan et al., 2007). Além disso, discutiu-se a utilidade das informações fornecidas pela DVA, que propicia informações úteis a qualquer categoria de usuários, demonstrando os fatores econômicos que intervêm na criação de valor pela entidade e como se dá a sua distribuição (Cosenza, 2003).
A classificação deste trabalho quanto aos seus objetivos é descritiva e quanto à abordagem, quantitativa. Desenvolveram-se índices que levam em consideração a relação entre o ativo total das empresas e dados fornecidos pela DVA. Verificou-se se haviam diferenças entre os índices das empresas estatais e privadas por meio do teste de Mann e Whitney (1947). A amostra é composta por 23 das 62 empresas do setor elétrico listadas no site da Bm&fBovespa, sendo 8 estatais e 15 privadas.
Nos dois anos de análise não foi possível afirmar que as empresas privadas apresentaram média estatisticamente superior à das estatais quanto à capacidade de geração de valor adicionado e quanto ao potencial de geração de riqueza para o governo e para terceiros. As empresas de controle do Estado remuneraram melhor os empregados. Apenas em 2014 foi encontrada diferença na remuneração a acionistas, sendo que as empresas privadas apresentaram maior remuneração.ao capital próprio.
Conclui-se que a posse privada das empresas do setor elétrico não necessariamente implica em um melhor desempenho por parte das empresas. Os resultados aparentemente mostram que firmas de controle privado se diferenciam das de controle estatal por desviarem riquezas dos funcionários, distribuindo-as a acionistas, o que vai contra o objetivo de redução das desigualdades sociais.
Cosenza, J. P. (2003). A eficácia informativa da demonstração do valor adicionado. Revista Contabilidade & Finanças, 14(SPE), 07-29. Cunha, J. V. A. D., Ribeiro, M. D. S., & dos Santos, A. (2005). A demonstração do valor adicionado como instrumento de mensuração da distribuição da riqueza. Revista Contabilidade & Finanças, 16(37), 7-23. Megginson, W. L., & Netter, J. M. (2001). From state to market: A survey of empirical studies on privatization. Journal of economic literature, 39(2), 321-389.