Resumo

Título do Artigo

ANÁLISE DE PERFORMANCE DA FÓRMULA MÁGICA DE GREENBLATT NO MERCADO BRASILEIRO
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Palavras Chave

Joel Greenblatt
Fórmula Mágica
Factor Investing

Área

Finanças

Tema

Finanças Quantitativas

Autores

Nome
1 - Pedro Andion de Oliveira Freitas
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Butantã

Reumo

A Fórmula Mágica é uma estratégia de investimento criada por Joel Greenblatt e descrita em seu livro de 2006. Utiliza conceitos da análise fundamentalista e se inspira na filosofia do Value Investing, buscando adquirir ações com alto valor intrínseco pelo menor preço possível. A estratégia visa gerar retornos excedentes a longo prazo, desafiando a Hipótese dos Mercados Eficientes (HME) de Fama. Investidores como Buffet, Lynch, Simons e Greenblatt superaram consistentemente o mercado, mas apenas Greenblatt conseguiu sintetizar sua estratégia de forma simples e eficaz.
O estudo emula a estratégia de Joel Greenblatt criando uma carteira teórica no mercado brasileiro de 2006 a 2023. O retorno da carteira será comparado ao índice Ibovespa e outras métricas para verificar se a gestão ativa supera o índice em retorno absoluto e risco. A performance será detalhada anualmente para avaliar seu potencial como produto financeiro. As empresas foram ordenadas mensalmente e divididas em cinco grupos, criando portfólios para testar a consistência da metodologia. Também foram criados portfólios Long-Short para extrair prêmios relacionados à qualidade das empresas.
Diversos estudos exploraram a Fórmula Mágica, normalmente replicando a estratégia do gestor, confrontando com a hipótese dos mercados eficientes e buscando medir se há risco adicional ao alocar de acordo com a Fórmula Mágica. Os estudos mostram que a estratégia bate o mercado em diferentes geografias e que carteiras mais concentradas e rebalanceadas com mais frequência entregam mais retorno no longo prazo. Alterar a alocação dos pesos na carteira também trouxe melhora na performance, principalmente visando a otimização do índice Sharpe.
Os dados foram coletados pela plataforma Comdinheiro usando o “StockScreener Full” para filtrar ativos investíveis, com informações contábeis e preços de mercado das empresas entre 2006 e 2023. Para evitar viés de sobrevivência, o universo de empresas investíveis foi definido trimestralmente, de 01/01/2006 a 01/10/2023. Três portfólios foram montados: (1) carteira com 24 ativos, comprando 6 a cada 3 meses, (2) 5 carteiras rebalanceadas mensalmente e (3) 6 carteiras Long-Short rebalanceadas mensalmente, todas com pesos iguais.
Os resultados apresentados nas estratégias direcionais demonstram que existe uma relação entre as empresas mais bem ranqueadas e sua performance histórica. O gurpo das 20% melhores ranqueadas apresentou uma performance superior ao Ibovespa e ao restante das ações em termos nominais e relativos, o resultado é similar nas estratégias Long-Short. A mesma tendência é apresentada na exposição fatorial das carteiras, o grupo das 20% melhores gerou mais alfa no período e com a menor exposição aos fatores de Fama-French e Carhart.
O estudo mostra que a Fórmula Mágica de Greenblatt superou o Ibovespa de forma consistente, superando o Ibovespa em 75% das janelas de 12 meses, 91% das de três anos e 99% das de cinco anos. Os resultados indicaram que empresas melhor ranqueadas performaram melhor e com menos volatilidade, a decomposição fatorial revelou que o alfa é positivo e estatisticamente significante. A Fórmula Mágica se mostrou um produto financeiro viável, mas é limitada pela liquidez do mercado brasileiro. Pessoas físicas podem aproveitar melhor a estratégia.
CARHART, M. M. On persistence in mutual fund performance. The journal of finance, v. 52, n. 1, p. 57–82, 1997. GREENBLATT, J. The little book that beats the market. Hoboken, N.J.: Wiley, 2006. FAMA, E. F. Efficient Capital Markets: a Review of Theory and Empirical Work. The Journal of Finance, v. 25, n. 2, p. 383–417, maio 1970. FAMA, E. F.; FRENCH, K. R. The cross‐section of expected stock returns. the Journal of Finance, v. 47, n. 2, p. 427–465, 1992. SHARPE, W. F. The Sharpe Ratio. The Journal of Portfolio Management, v. 21, n. 1, p. 49–58, 31 out. ‘1994.