Resumo

Título do Artigo

Impacto da Flexibilidade Financeira e Práticas ESG no Desempenho de Empresas Brasileiras Durante a Pandemia de COVID-19
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Palavras Chave

Flexibilidade Financeira
Práticas ESG
Desempenho

Área

Finanças

Tema

Governança Corporativa, Risco e Compliance

Autores

Nome
1 - Wanderci Alves Bitencourt
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD
2 - Simone Evangelista Fonseca
UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO (UFOP) - DECAD/ICSA
3 - Robert Aldo Iquiapaza
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS (UFMG) - CEPEAD

Reumo

Crises são eventos disruptivos que impactam profundamente a saúde financeira das corporações. A flexibilidade financeira é entendida como a habilidade das empresas para se ajustarem e se adaptarem financeiramente a mudanças imprevistas. Já as práticas de ESG refletem o comprometimento ético das empresas com seus Stakeholders, sendo frequentemente adotadas para supervisionar e fomentar a sustentabilidade e a responsabilidade empresarial. Assim, torna-se relevante investigar as potenciais conexões entre a flexibilidade financeira, práticas ESG e o desempenho corporativo, em períodos de crise.
Problema: As crises econômicas, como a pandemia de COVID-19, impactam no desempenho das empresas, especialmente em mercados financeiros restritivos como o brasileiro, onde há alta dependência de crédito e altos custos de empréstimos. Entender os fatores que contribuem para a resiliência das empresas é crucial para desenvolver estratégias eficazes de gestão durante períodos de crise. Objetivo: Investigar os impactos da flexibilidade financeira e das práticas ESG no desempenho das empresas brasileiras durante a crise, analisando seu papel moderador na resiliência e recuperação das empresas.
As crises financeiras impactam no desempenho e a sustentabilidade das empresas. Estudos mostram que crises como a de 2008 e a da COVID-19 afetam a saúde das empresas, destacando a necessidade de resiliência organizacional. A flexibilidade financeira é crucial para enfrentar esses desafios, permitindo que as empresas ajustem suas estruturas de financiamento e aproveitem oportunidades de investimento. Além disso, práticas ESG fortalecem a resiliência, aumentando a confiança dos stakeholders e facilitando o acesso a capital.
Os dados foram coletados da base Economatica e analisados trimestralmente. Foram consideradas todas as empresas listadas no IBRX-100 da B3, de 2018 a 2024. Após o tratamento do dados a amostra foi composta por 109 empresas. Os períodos foram divididos em pré-crise (Q1 2018 - Q1 2020), crise (Q2 2020 - Q3 2021), e pós-crise (Q4 2021 - Q1 2024). O desempenho foi medido pelo Q de Tobin, ROA e REBIT. A flexibilidade financeira e as práticas ESG foram as variáveis de interesse. As regressões foram realizadas usando GMM, controlando problemas de heterocedasticidade e multicolinearidade.
Os resultados indicam uma persistência no desempenho, devido efeitos positivos e significativos nas defasagens das variáveis. A flexibilidade financeira é positiva e significativa para QTOBIN e REBIT na crise e pós-crise. Sugerindo que a capacidade de adaptação das empresas contribuiu positivamente para a recuperação do desempenho e crescimento futuro no pós-COVID. Há um efeito positivo e significativo da ISE sobre o QTOBIN e ROA, na amostra completa. No entanto, apresentaram um efeito negativo e significativo da crise para o QTOBIN e não significativo para as demais variáveis.
Os resultados indicam uma persistência significativa no desempenho, indicada pela significância nas defasagens do QTOBIN, ROA e EBIT. A flexibilidade financeira é positiva e significativa para QTOBIN e REBIT na crise e pós-crise, sugerindo que a capacidade de adaptação financeira contribuiu positivamente para a recuperação e crescimento das empresas no pós-COVID. O ISE teve um efeito positivo e significativo sobre QTOBIN e ROA na amostra completa, mas negativo e significativo na crise para QTOBIN. As variáveis de interação mostram que ESG moderam negativamente a relação entre FF e ROA.
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