Resumo

A indústria da mineração é crucial para a economia nacional, registrando R$250 bilhões em faturamento em 2022 e impactando 2.699 municípios. Entre 2000 e 2019, a economia mineral oscilou entre 2,5% e 4% do PIB. Entretanto, grandes catástrofes socioambientais, como os rompimentos de barragens em Minas Gerais, destacam a necessidade de práticas mais sustentáveis. A transformação digital, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável/ODS da ONU, é vital, mas o setor ainda resiste. Este estudo propõe um artefato integrado utilizando métodos SODA e SCA em busca de uma mineração sustentável.

Apesar de sua importância econômica, o setor da mineração enfrenta desafios significativos em adotar práticas sustentáveis e inovadoras, especialmente após catástrofes socioambientais ocorridas nos últimos dez anos no estado de Minas Gerais, envolvendo rompimento de barragens. Em virtude desta necessidade, o objetivo da pesquisa é construir um artefato integrado utilizando os métodos SODA e SCA para apoiar a tomada de decisões mais assertivas e promover a sustentabilidade e a transformação digital nas mineradoras.

O desenvolvimento sustentável ainda é um dilema para muitos setores industriais, visto seus tradicionais processos. Ao abordar a sustentabilidade de forma holística, além das questões ambientais também prevalecem elementos éticos e sociais. E, diante do apogeu das inovações, soluções antes impossíveis possem ser utilizadas. Neste sentido, pondera-se fenômenos como a transformação digital, que quando complemente entendido e implementado abrange além das questões da digitalização das operações.

A presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso exploratório-descritivo. Integra os métodos SODA e SCA para estruturar a problemática envolvida para alcançar uma mineração sustentável. A metodologia inclui três fases: planejamento, exploração de interrelações e análise de incertezas. A pesquisa foi desenvolvida em em uma mineradora de Minas Gerais, coletando dados através de entrevistas semiestruturadas e levantando iniciativas potenciais relacionadas a transformação digital e sustentabilidade.

Na Fase 1, foi aplicado o questionário baseado na análise PESTEL para entender os fatores críticos da transformação digital e sustentabilidade. A Fase 2 usou SODA para mapear esses fatores resultando em uma análise de cinco clusters: processos e infraestrutura, questões ambientais, soluções práticas e custos, tecnologia, e cultura organizacional. Foram identificadas iniciativas como big data, IoT e descarbonização, visando melhorar práticas sustentáveis e transformar digitalmente a mineração. Na fase 3, foi estabelecida a análise das incertezas baseando-se nos princípios do SCA.

O artigo criou um artefato para promover sustentabilidade e transformação digital em uma mineradora. Identificou fatores críticos como qualidade de vida das comunidades, desenvolvimento logístico, social e uso de tecnologia. Barreiras incluem movimentação pesada em vias públicas, foco em curto prazo e falta de cultura sustentável. Mapeou iniciativas digitais (Big Data, e Operações Remotas) e sustentáveis (Economia Circular e Descarbonização). A análise de incertezas ajudou a propor ações para facilitar a sustentabilidade. O estudo foi limitado a uma única entrevista, sugerindo ampliar amostra.

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