CAPACIDADES DE INOVAÇÃO
ALIANÇAS
NEGÓCIOS COMUNITÁRIOS DE POVOS TRADICIONAIS NA AMA
Área
Gestão Socioambiental
Tema
Responsabilidade Social Corporativa (RSC)
Autores
Nome
1 - Renata Elaje Azevedo da Mota Carmona Chaves UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - Ribeirão Preto
2 - SIMONE VASCONCELOS RIBEIRO GALINA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA-RP
Reumo
Na região amazônica encontram-se terras de povos Quilombolas, Indígenas, ribeirinhos, denominados de Povos e Comunidades Tradicionais (PCTs) brasileiros, que ocupam e utilizam territórios e recursos naturais a partir de seus conhecimentos, inovações e práticas produtivas gerados e transmitidos pela tradição, desenvolvendo formas de gestão centradas em conhecimentos tradicionais. Essas práticas produtivas também são economicamente sustentáveis. Esse cenário acaba exigindo uma necessidade de métodos inovadores ligados às suas várias funções como tecnologia para produtos e processos produtivos.
A capacidade de inovação é um dos fatores mais influentes para o desenvolvimento das atividades de inovação dentro da empresa, ela está relacionada ao desenvolvimento tecnológico em produtos e operações, gerenciamento e transação no mercado. O objetivo do estudo é verificar como ocorre o desenvolvimento das capacidades de inovação em negócios comunitários de povos tradicionais da Amazônia a partir das alianças.
A capacidade de inovação da empresa é subsequentemente responsável por gerar inovações (RAJAPATHIRANA; HUI, 2018). Zawislak et al. (2012) propôs um novo conceito, um modelo de quatro blocos para a construção das devidas capacidades dividindo-as em: capacidade tecnológica, capacidades operacionais, capacidade gerenciais e capacidade transacionais.a seleção de recursos e o desenvolvimento de capacidades são dois importantes mecanismos de criação de valor que facilitam a formação de alianças estratégicas para inovação (SCHWEITZER, 2014).
Classificado como exploratório-descritivo, o estudo de casos múltiplos foi conduzido em duas etapas qualitativas, a primeira realizada através de entrevistas em grupos e a segunda fase de entrevistas em profundidade com os parceiros das alianças para triangulação dos dados.
Os principais tipos de parceiros em aliança para inovação encontrados nos negócios comunitários são organizações multinacionais privadas e instituições governamentais estrangeiras, elas são as impulsionadoras da criação dos negócios de base comunitária na Amazônia e as responsáveis por suas profissionalizações a partir de capacitações e investimentos tecnológicos em troca de fornecimento de bioinsumos. Os negócios comunitários estudados desenvolvem os quatros blocos de capacidades de inovação, apresentando grande variabilidade entre as associações e cooperativas.
As principais capacidades desenvolvidas foram as capacidades tecnológicas (CD) na assimilação e aplicação de tecnologia para novos processos e produtos e a capacidade de gerenciamento; seguida da capacidade de operacionalização (CO) e, a capacidade menos desenvolvida foi a capacidade transacional (CT), consequência de seus intensos relacionamentos com a aliança do estudo, impossibilitando em uma maior diversificação de clientes.
ATHAYDE, Simone et al. Reconnecting art and science for sustainability: learning from indigenous knowledge through participatory action-research in the Amazon. Ecology and Society, v. 22, n. 2, 2017.
ZAWISLAK, Paulo Antônio et al. Innovation capability: From technology development to transaction capability. Journal of technology management & innovation, v. 7, n. 2, 2012.
ZAWISLAK, Paulo Antônio; FRACASSO, Edi Madalena; TELLO-GAMARRA, Jorge. Technological intensity and innovation capability in industrial firms. Innovation & Management Review, v. 15, n. 2, 2018.