Resumo

Título do Artigo

DOS MECANISMOS DE PRESSÃO À POLÍTICA DE DIVIDENDOS EM EMPRESAS BRASILEIRAS: analisando a visão do curto prazo
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Palavras Chave

política de dividendos
teoria da agência
pressão de curto prazo

Área

Finanças

Tema

Estrutura de Capital, Dividendos e Fusões e Aquisições

Autores

Nome
1 - Ricelliano de Souza Cardoso
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis
2 - Diego Jimmy Silva de Oliveira
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - PPGCON
3 - CLAYTON LEVY LIMA DE MELO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS CONTÁBEIS
4 - Anderson Luiz Rezende Mól
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE (UFRN) - Departamento de Ciências Administrativas

Reumo

O processo de evolução da economia e expansão dos mercados financeiros tem se mostrado bastante próspero aos investimentos nos mercados de capitais à medida que as novas tecnologias promovem maior volatilidade e visibilidade do mercado ao mesmo tempo que asseguram reduzidos tempos de negociação e custos de transação. Esse pujante desenvolvimento, aliado às boas perspectivas econômicas, tem chamado atenção da academia para a necessidade de estudos sobre “a nova cara” do mercado de capitais brasileiro a fim de compreender as nuances desse novo cenário, suas características e funcionamento.
Estudos sugerem uma nova perspectiva em que dividendos são utilizados de forma a pressionar os administradores a pagar mais dividendos, privando a empresa dos fundos necessários para um crescimento lucrativo. Assim, qual a influência da pressão do investidor voltado ao curto prazo no pagamento de dividendos em empresas brasileiras que compõem o índice IBOV? Baseado nos problemas de agência, de Jensen e Meckling (1976), discute-se como o pagamento de dividendos é influenciado pela pressão de investidores de curto prazo em detrimento dos investimentos estratégicos nas empresas brasileiras.
Segundo Mio, Zaro e Fasan (2020) uma das principais causas da insustentabilidade econômica, ambiental e social das empresas é a ênfase excessiva no desempenho de curto prazo às custas da criação de valor de longo prazo. Dessa forma, a visão de curto prazo é indubitavelmente diametral à de sustentabilidade e, por isso, uma empresa orientada para o curto prazo não pode ser sustentável. Dessa forma, acredita-se que companhias com maior exposição a negociação de curto prazo adotam uma postura mais defensiva contra as oscilações em seus ativos e tendem a pagar mais dividendos buscando estabilização
A amostra foi composta de observações anuais das companhias não financeiras listadas no índice IBOV, entre os anos de 2011 a 2020. Considerando a necessidade de descrever relações entre uma variável dependente censurada, neste caso não negativa, e uma ou mais variáveis independentes e visando a robustez, foi aplicada a técnica de análise tobit com dados em painel. As variáveis utilizadas foram discutidas pela literatura e que podem influenciar no pagamento de dividendos e que podem ser racionalmente interpretadas como representativas da exposição à pressão dos investidores de curto prazo
Quanto às variáveis de interesse INDCA e TAMCA que embasam as hipóteses de que há uma pressão dos investidores de curto prazo por meio de mecanismos de governança corporativa das empresas, verificou-se que apenas TAMCA foi significativa, ao nível de 10%, sugerindo evidencias de que o tamanho do conselho de administração pode exercer influência no pagamento de dividendos das empresas não-financeiras listadas no IBOV. Já as variáveis de comportamento de negociações de curto prazo, Turnover e Swing, apesar de apresentarem sinais positivos, não foram significativas, não confirmando a hipótese (H2)
Apesar de estudos apresentaram evidências de que há elementos de suporte para afastar a teoria da agência em estudos de pesquisa sobre pagamento de dividendos, nosso estudo não confirmou a relação entre variáveis proxy que podem ser coerentemente interpretadas como a exposição à pressão do investidor de curto prazo. Testamos hipóteses relacionadas à pressão dos investidores por meio de mecanismos de governança corporativa e por meio de negociações de curto prazo (swing trading) para o pagamento de dividendos, entretanto essas hipóteses não foram totalmente confirmadas nesse estudo.
JENSEN, M. C.; MECKLING, W. H. Theory of the firm: managerial behavior, agency costs and ownershipstructure. Journal of Financial Economics, v.3, n.4, p.305–360, 1976. LA PORTA, R. et al. Agency Problems and Dividend Policies around the World. The Journal of Finance, v.55, n.1, p.1–33, 2000. DRIVER, C.; GROSMAN, A.; SCARAMOZZINO, P. Dividend policy and investor pressure. Economic Modelling, v. 89, n. Jul, p. 559–576, 2020. FORTI, C. A. B.; PEIXOTO, F. M.; ALVES, D. L. E. Fatores Determinantes do Pagamento de Dividendos no Brasil. Revista Contabilidade e Financas, v.26, n.68, p.167–180, 2015.