Resumo

Título do Artigo

NÃO MATERNIDADE NÃO INTENCIONAL E CARREIRA: Compreendendo como mulheres sem filhos ativam a identidade maternal no trabalho
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Palavras Chave

Maternidade
Identidade no Trabalho
Carreira

Área

Gestão de Pessoas

Tema

Carreiras

Autores

Nome
1 - VANESSA FERNANDES COAN
FUCAPE Business School - Vitória ES
2 - Rozelia Laurett
FUCAPE Business School - Vitória

Reumo

É comum que indivíduos precisem renunciar a determinadas identidades outrora vividas (Obodaru, 2017) e, também, lidar com o fato de que algumas identidades desejadas não serão vivenciadas (Obodaru, 2012). Mais especificamente, no caso da carreira feminina, a renúncia não intencional ao desejo de ter filhos tem se mostrado cada vez mais frequente (Morgenroth & Heilman, 2017).
Diante desse contexto, diversos pesquisadores têm buscado compreender os impactos da não maternidade na carreira feminina. O objetivo desta pesquisa foi compreender como mulheres com não maternidade não intencional ativam a identidade maternal no trabalho.
Uma identidade, aqui utilizada de maneira intercambiável com o termo self, possui três elementos essenciais: é mutável ao longo do tempo (Ibarra & Barbulescu, 2010), possui diferentes flexões no tempo (passado, presente e futuro) (Markus & Wurf, 1987) e sua manifestação depende de sua relação com outras identidades coexistentes em um mesmo indivíduo (Stryker & Burke, 2000). Nesse caminho, ao longo da vida, identidades vão sendo construídas, negadas, substituídas, ativadas ou reativadas, caracterizando um processo gradativo e múltiplo, porque um mesmo indivíduo pode ter diferentes identidades.
Por meio das entrevistas com mulheres com não maternidade não intencional, foram identificadas três dimensões, quatro códigos de segunda ordem e quatro códigos de primeira ordem que mostram como essas mulheres ativam a identidade maternal no ambiente de trabalho. As três dimensões, a ativação projetiva, a ativação vicária por mobilização e a ativação imaginária, caracterizam as estratégias que as mulheres usam para ativar a identidade maternal no ambiente de trabalho.
Conclui-se que, primeiro, mulheres com não maternidade não intencional podem desenvolver comportamentos maternais com colegas de trabalho no ambiente laboral e fora dele (leisure crafting) por meio de ativação projetiva. Segundo, a identidade maternal pode se manifestar por meio de ativação vicária por mobilização quando ações em prol de direitos relativos à maternidade são empreendidas para beneficiar gestantes e mulheres com filhos. Por último, podem ativar imaginativamente essa identidade maternal no ambiente de trabalho ou no retorno ao lar após o trabalho.
Obodaru, O. (2012). The self not taken: How alternative selves develop and how they influence our professional lives. Academy of Management Review, 37(1), 1-24. Obodaru, O. (2017). Forgone, but not forgotten: Toward a theory of forgone professional identities. Academy of Management Journal, 60(2), 1-60. Felix, B., & Cavazotte, F. (2019). When a Calling Goes Unanswered: Exploring the Role of Workplace Personalizations as Calling Enactments. Frontiers in Psychology, 10(18), 1-14.