Resumo

Título do Artigo

MOVIMENTO BLACK LIVES MATTER E A REPRESENTAÇÃO DE PESSOAS NEGRAS NAS CAPAS DA REVISTA VEJA ENTRE OS ANOS DE 2018 A 2021
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Palavras Chave

Black Lives Matter
Representações
Racismo estrutural

Área

Estudos Organizacionais

Tema

Diversidade, Diferença e Inclusão nas Organizações

Autores

Nome
1 - Ana Lúcia Schmidt Castelo
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Centro
2 - DENISE FRANCA BARROS
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO PROFESSOR JOSÉ DE SOUZA HERDY (UNIGRANRIO) - Programa de Pós-Graduação em Administração

Reumo

Com o avanço do movimento Black Live Matter no ano de 2018 nos Estados Unidos, percebe-se que ocorre também uma grande cobrança por mudança social e igualdade no tratamento para pessoas negras em diversos países. Almeida (2019), aponta que o racismo estrutural existente nos Estados Unidos também é fortemente utilizado no Brasil de forma naturalizada. Como aponta Fisher (2000), as mídias de comunicação possuem relevância na formação de identidades e nas informações para determinados grupos e devido a isso, a revista Veja, possui um perfil ideológico e considerado atual.
Nesse contexto, face ao movimento Black Lives Matter e a morte de George Floyd que foi a percursora da eclosão do mesmo e com o enfoque para os estudos organizacionais na área da Administração. Nos questionamos se as representações de pessoas negras na revista Veja entre os anos de 2018 a 2021 aumentaram com a grande demanda social do movimento. Portanto, esse projeto procura responder a seguinte pergunta de pesquisa: Qual a representação de pessoas negras nas capas da revista Veja entre os anos de 2018 a 2021?
Ribeiro (2018), aponta que o (BLM), regularmente organiza protestos em torno da morte de negros causada por policiais e questões mais amplas de discriminação racial, brutalidade policial e as desigualdades raciais. De acordo com Almeida (2019), observamos que cor, raça e preconceito no Brasil compõem uma gama de concepções no enfrentamento das questões raciais e de seus desdobramentos nocivos na formação de crianças e adolescentes em nosso país. De acordo com a Editora Abril (2002), a revista Veja se inseriu no país numa época de grandes transformações políticas, culturais e sociais no Brasil.
Esta é uma pesquisa de natureza qualitativa com o método de análise crítica do discurso multimodal de Machin e Mayr (2012). A coleta de dados foi realizada no acervo digital da Veja no período de maio a junho de 2021.O recorte destas representações foram entre o período de 2018 a 2021. Identificamos um total de 240 revistas contendo 8 pessoas negras, sendo 3 mulheres e 5 homens. Identificamos que uma categoria do nosso referencial teórico se tornou emergente, a do racismo estrutural.
De acordo com os protocolos de Machin e Mayr (2012) e a categoria sobre o racismo estrutural pode-se identificar que na revista Veja as representações ocorrem de forma estereotipada, colorida, de forma personalizada, naturalizadas, impessoalizadas, excluídas, suprimidas e com maior número de representações de homens e redução de mulheres apresentando uma heteronormatividade ao longo da revista. As mulheres não possuem representações como profissionais do esporte e são representadas apenas como vítimas e na área da política. Os homens são jogadores de futebol e vinculados a crimes e a política.
Nessas representações a mídia tem procurado se diversificar em diversos aspectos, porém, o que não muda, é a forma como ela reproduz suas ideologias baseadas em estereótipos negativos e espaços cada vez menores em termos de minorias e lutas raciais na sociedade. A revista possui um perfil histórico social inserido na época da ditadura e relacionado a assuntos sobre atualidade e factuais, porém, observamos uma ideologia política muito forte conflitando com o que perfil histórico informa. Por fim, verificarmos que as representações de pessoas negras são baixas.
ARRUDA, J Black Lives Matter: entenda movimento por trás da hashtag que mobiliza atos. https://www.uol.com.br/universa/noticias/redacao/2020/06/03/black-lives-matter-conheca-o-movimento-fundado-por-tres mulheres. Acesso em 03/07/2021. ALMEIDA, S, L DE. Racismo estrutural, São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019, 264.p. (Feminismos Plurais/coordenação de Djamila Ribeiro) VILLALTA, D. O surgimento da revista Veja no contexto da modernização brasileira. INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Salvador/BA – 1