Resumo

Título do Artigo

O CONSUMO DE ENERGIA FOTOVOLTAICA PARTIR DA TEORIA DA PRÁTICA E DA TEORIA DA TRANSIÇÃO SOCIOTÉCNICA
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Palavras Chave

Teoria da Prática
Teoria da Transição Sociotécnica
Consumo de Energia

Área

Marketing

Tema

Cultura e Consumo

Autores

Nome
1 - Rafael Lopes Carvalhais
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Belo Horizonte
2 - Marcelo de Rezende Pinto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS (PUC MINAS) - Coração Eucarístico

Reumo

Este artigo se insere no campo da cultura e consumo e se baseia na proposição de uma articulação entre duas teorias: a Teoria da Prática e a Teoria da Transição Sociotécnica. O texto tenta desenvolver essa articulação tendo em vista que é possível encontrar na literatura apontamentos de que a Teoria das Transições Sociotécnicas como uma parceira adequada para ser articulada em conjunto com a Teoria da Prática. A proposição foi testada em uma pesquisa empírica na qual buscou-se entender como se dão as mudanças de práticas de consumo a partir da adoção de consumo de energia fotovoltaica.
Uma das saídas apresentadas pela literatura para mitigar a fragilidade atribuída à TP, é conjugá-la com uma abordagem teórica complementar. Neste sentido, a literatura aponta a ‘Teoria das Transições Sociotécnicas’ (TTS) como uma parceira adequada para ser articulada em conjunto com a TP. Assim, surgiu a motivação para a execução de uma pesquisa empírica com o objetivo de se compreender como mudanças no tocante ao consumo de energia fotovoltaica impactou outras esferas do consumo de famílias à luz da Teoria da Prática articulada com a Teoria das Transições Sociotécnicas.
Cumpre apontar as conclusões alcançadas pelo interessante estudo de Sovacool e Hess (2017). Os citados autores desenvolveram um trabalho com a intenção de estudar quais teorias ou conceitos são mais úteis para explicar as mudanças sociotécnicas. O trabalho identificou que, dentre todas as teorias apontadas, foi atribuída maior relevância para 14 delas, dentre as quais as duas abordagens mais bem colocadas, respectivamente na primeira e segunda posição, foram: a Teoria das Transições Sociotécnicas; e a Teoria Social da Prática.
A pesquisa é aderente ao paradigma interpretativista e se categoriza enquanto pesquisa qualitativa. O estudo oferece uma interpretação do objeto a partir das lentes teóricas fornecidas pela Teoria das Práticas Sociais (‘Social Practice Theory’) e pela Teoria da Transição Sociotécnica (‘Sociotechnical Transititions’), também conhecida como Perspectiva Multinível (‘Multilevel Perspective’ ou ‘MLP’). No total foram realizadas 24 entrevistas, sendo 7 com integradores, 7 com quase-prossumidores e 10 com prossumidores. Para analisar os dados, lançou-se mão da análise de conteúdo.
Pelos achados da pesquisa, é possível verificar que, a partir dos pressupostos da teoria da transição sociotécnica, e do modelo multinível de inovação introduzido por Rip e Kemp (1998) e desenvolvido por Geels (2002, 2004) e Geels e Schot (2007), o prossumo de energia FV é um novo arranjo sociotécnico que se desenvolve em um ‘nicho’, dentro do qual as inovações têm sido moldadas, e têm tido consequências para o ‘regime’.
Os achados do estudo demonstram que, a partir da introdução de uma nova prática, os sistemas sociotécnicos se reconfiguram para acomodar esta prática recém incorporada. Adicionalmente, algumas das práticas preexistentes acabam sofrendo modificações durante esse processo de acomodação. É possível concluir também que as dimensões sociotécnicas podem ser bastante úteis em estudos de fenômenos que envolvem a transição de hábitos, rotinas, padrões de comportamentos, e práticas. uma vez que fornecem um modelo de pressupostos para transição sociotécnica.
Schatzki, T. (1996) Social practices: A Wittgensteinian approach to human activity and the social. New York: Cambridge University Press. Shove, E., & Walker, G. (2014). What is energy for? Social practice and energy demand. Theory Culture and Society, 31(5), 41–58. Sovacool, B. K., & Hess, D. J. (2017) Ordering theories: Typologies and conceptual frameworks for sociotechnical change. Social Studies of Science, 1–48. Warde, A. (2014). After taste: Culture, consumption and theories of practice. Journal of Consumer Culture 0(0) 1–25.