Resumo

Título do Artigo

AJUDA DO ESTADO E INTERMEDIAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES NA ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS FRENTE À CRISE DO COVID19
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Palavras Chave

Instituições
Capitalismo de Estado
COVID-19

Área

Estratégia em Organizações

Tema

Economia de Empresas, Instituições e Organização Industrial

Autores

Nome
1 - Helder Marcos Freitas Pereira
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO (USP) - FEA
2 - Maria Sylvia Macchione Saes
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo - FEA - Administração

Reumo

A crise sanitária e econômica é um evento sem precedentes na história recente da humanidade. Além da lastimável perda de milhares de vidas, a COVID-19 trouxe uma grave e eminente crise econômica. O cenário imposto pela pandemia, portanto, fez com que surgisse uma rápida necessidade de adaptação e inovação para as empresas. Além disso, como forma de evitar que os problemas das firmas gerassem uma grande crise macroeconômica, os governos tiveram que disponibilizar uma gama de programas de apoio como forma de manter emprego e renda e mitigar as consequências econômicas da pandemia.
A pandemia causada pela COVID-19 tem causado grandes impactos para as empresas, principalmente no que se refere a liquidez. Nessas circunstâncias, as empresas precisaram criar novas formas de fazer negócio por meio da adaptação de seus produtos ou serviços. Diante dos problemas enfrentados, os governos criaram uma série de medidas para mitigar os prejuízos causados pela pandemia. Dado esse ambiente, surge o problema de pesquisa a ser analisado: A ajuda do Governo é importante para que as firmas possam criar novas formas de fazer negócio durante a pandemia?
Na visão de Mazzucato (2011), o Estado pode ser um importante parceiro na geração de conhecimento. Uma das suas principais contribuições é a sua disposição em assumir riscos que o setor privado não está disposto a enfrentar. A autora também (2018) enfatiza que a inovação é um processo cumulativo e coletivo, muitas das vezes financiado pelo Estado. Entretanto, os resultados de uma política estatal dependem das instituições em que estão inseridas (Rodrik, 2008). Na visão de North (1990), as instituições são as regras do jogo, elas limitam e moldam a interação entre os indivíduos.
Para responder a essa questão de pesquisa foi realizado um estudo quantitativo, por meio de regressão logística. A variável dependente analisada foi o fato de as empresas terem realizado ajustes ou adequações nos seus produto e serviços durante a primeira onda da COVID-19. Os dados utilizados foram uma survey do World Bank, Heritage Foundation e Our World in Data. Na equação principal foi utilizada mais de 11000 observações.
O resultado mais importante do estudo encontra-se na equação 2. Nesse modelo, em que todas as variáveis foram incluídas, houve uma inversão de sinal das variáveis Ajuda do Governo e Direitos de Propriedade, que passaram a ter sinal negativo, muito em decorrência da presença da variável de interação entre elas, que apresentou sinal positivo. Desta forma, há uma clara moderação entre a Ajuda do Governo e boas Instituições para explicar uma rápida adaptação das firmas frente as contingências da COVID-19.
Os resultados corroboraram com o preconizado por Rodrik (2008) e Cimoli et. al. (2006) sobre o papel das instituições como fator primordial para um bom resultado de uma política industrial. O modelo econométrico evidenciou que a ajuda do governo foi um importante elemento para que as empresas pudessem adaptar seus produtos e serviços durante a primeira onda de COVID-19. Assim, a ajuda do governo perante instituições fracas não tem o mesmo resultado quando comparado a mesma política aplicada a ambientes com uma boa qualidade das regras do jogo.
Cimoli, M., Dosi, G., Nelson, R. R., & Stiglitz, J. (2006). Institutions and policies shaping industrial development: an introductory note (No. 2006/02). Lem Working paper series. Mazzucato, M. (2011). The entrepreneurial state. London, UK: Demos. Mazzucato, M. (2018). The value of everything: Making and taking in the global economy. Hachette UK. North, D. C. (1990). Institutions, institutional change and economic performance. Cambridge, UK: Cambridge University Press. Rodrik, D. (2008). Normalizing industrial policy.